domingo, 7 de outubro de 2012

Artigo - Seu candidato é educado?

   
A atuação desses artistas de rua, de palanque, até que melhorou bastante nos últimos anos. Vimos, por exemplo, em eleições passadas, cartazes colados em madeiras, estruturas metálicas, adesivos em carros, grandes bandeiras, lençóis coloridos, e até portadores de tabuletas em faixas de pedestres, e ainda uma multidão, não sei se forjada, em cada caminhada, que para todos os postulantes e simpatizantes, era a da vitória!
E o fato se repete. Será que conseguimos enxergar a maturidade desses homens públicos tão desejáveis num período de festa e democracia popular, onde espectadores e atuantes misturam-se, abraçam-se, trocam beijos, carinhos, e uma esperança no olhar de cada cidadão e cidadã, que procuram alento não numa pessoa só, mas num nome, que acreditam ser a redenção política de um estado ou nação?
Mas nem tudo é belo. Nem todos são educados o suficiente para entender que o eleitor é gente. Muitos agridem e subestimam a inteligência do povo, invadindo a privacidade das famílias, e fazendo as mesmas engolirem seus santinhos, adesivos, cartazes, e toda forma de propaganda forçosa à revelia dos que votam ou não em determinados candidatos.
De atentados e privações
Você está em sua casa, no seu reduto de descanso, depois de um dia cansativo de trabalho, e aquela reforma que você fez no mês passado em sua porta, em sua janela, na fachada de sua residência, aquela pintura, aquele reparo numa parede rachada; tudo isso, com esmero e dedicação, e você, num período eleitoral, que não faz parte do processo político, nem é político, nem militante, se vê agredido quando ufanistas de um candidato qualquer colam adesivos, cartazes, em suas portas, janelas e paredes, sem ao menos lhe consultar, sem lhe pedir permissão, e muitas vezes você nem está em sua residência, e ao chegar se depara com aquela “cena grotesca” que você não quer, mas é obrigado a querer, e não querendo, é obrigado a estragar o seu patrimônio, que levou dias ou meses para ser concertado, ou seja, uma pintura nova, um reboco, uma restauração, e por conta de um desavisado e mal educado, seus dias de trabalho, à custa do seu próprio suor, são jogados fora, e sem nenhuma explicação.
O eleitor não é somente “portador de voto”, ele também é leitor. Ele faz a leitura de seus candidatos, e procura enxergar além das aparências. A campanha eleitoral passa, os candidatos passam, e a cidade fica, e o povo fica, e a multidão também fica parasita e só! Nas esquinas, nos becos, nas avenidas, ficam as sombras, as sobras e a solidão, daquelas duras caminhadas, sofríveis e aclamáveis que fizeram esgotar até a última esperança, do último candidato e candidata, erguidos pela força e fé de um povo alegre, destemido, e que ainda acredita na mola propulsora da transformação, chamada DEMOCRACIA!
Portanto pense nisso, faça uma reflexão. A mudança começa quando a consciência trabalha, e voto à gente muda até no último instante. Corrija suas atitudes e confirme, entre elas, a que menos lhe agrida.
* jornalista e escritor – saulooak@gmail.com