Encurralado pela possibilidade de convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para depor na CPI do Cachoeira, os tucanos preparam medidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusado de pressionar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do processo do mensalão. Setores do partido discutem interpelar o petista na Justiça, convocá-lo à CPI, bem como a Gilmar, e até propor uma acareação entre os dois. Uma estratégia será fechada nesta segunda-feira (28), véspera da sessão da CPI na qual pode ser decidida a convocação de Perillo. "Não há ainda uma definição. Estamos apenas conversando. Mas até amanhã a gente troca ideias sobre qual vai ser o procedimento", informou neste domingo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Ele classificou de graves as denúncias contra Lula: "O que houve foi uma afronta a duas instituições: o Congresso e o Judiciário". Conforme Gilmar, em um encontro em Brasília, o mandatário brasileiro lhe ofereceu blindagem na CPI do Cachoeira, de maioria governista, em troca de apoio em uma suposta operação do PT para adiar o julgamento do mensalão para 2013. O ministro tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento com a organização do bicheiro. A proposta teria sido feita no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que negou o teor da conversa e disse que o encontro não foi combinado. Lula também negou o diálogo, por meio de sua assessoria. Já Gilmar se disse "perplexo" com a suposta oferta de Lula.