sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Integração privilegiou município onde filho do ministro será candidato

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BRASÍLIA - De um total de 60 mil cisternas de plástico compradas pelo Ministério da Integração Nacional para distribuição junto a famílias carentes, mais de um terço foram destinadas a Petrolina, município onde Fernando Filho, filho do ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), será candidato a prefeito.
Conforme notícia publicada na sexta-feira, 6, no jornal Correio Braziliense, teria havido favorecimento à empresa fornecedora e privilégio à cidade na distribuição das cisternas, duas vezes mais caras que o modelo tradicional, de alvenaria.
O edital do pregão para compra das cisternas, orçada em R$ 210,6 milhões, foi assinado por Clementino Coelho, em outubro de 2011, na condição de presidente em exercício da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf). Clementino é irmão de Fernando Bezerra. Este foi três vezes prefeito de Petrolina e, na prática, é chefe do irmão.
Os equipamentos integram o Plano Brasil sem Miséria. O cadastro único registrou 738,8 mil famílias carentes em oito estados do Nordeste e em Minas Gerais. Do total encomendado, 22.799 unidades (38%) serão entregues em Petrolina, que sedia uma unidade da Codevasf. Por meio de nota, o Ministério explicou que a opção de fazer a entrega nesta cidade é da empresa fornecedora, uma multinacional com sede em Valinhos, São Paulo, por questão de logística de distribuição.
De lá, conforme o ministério, as unidades serão redistribuídas para os municípios vizinhos. Recordista em demandas por cisternas (224,9 mil), a Bahia foi contemplada com apenas 11 mil unidades, enquanto o Ceará, segundo colocado no cadastro de famílias carentes (185,9 mil), não foi sequer incluído no calendário de distribuições. As demais unidades foram destinadas a Penedo (AL), Montes Claros (MG), Teresina (PI), onde também funcionam sedes regionais da Codevasf.
Ainda conforme a nota, o edital foi aprovado pela Controladoria-Geral da União (CGU) e a opção pelo modelo de polietileno deve-se à maior economicidade. Uma cisterna tradicional leva sete dias para ser montada e tem durabilidade de 12 anos. A de plástico, adotada em países como Austrália, Índia e China, é montada em apenas três horas e tem durabilidade de 35 anos.