por Fernando Duarte
Foto: Montagem/ Bahia Notícias
A ausência de ACM Neto (DEM) como candidato ao governo da Bahia em 2018 provocou, desde a última sexta-feira (6), uma batalha entre os principais partidos que compõem a oposição ao governador Rui Costa (PT). Em três dias, três legendas se apresentaram dispostas a encabeçar a chapa adversária do petista e, até o desenrolar da campanha, devem se engalfinhar para chegar a um consenso sob pena de assistir a um baile de Rui nas urnas. O primeiro a ser citado foi o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM). Escolhido por ACM Neto para substituí-lo, Ronaldo enfrenta a rejeição do próprio grupo à decisão do prefeito de Salvador em não lançar seu nome na disputa. O ex-prefeito da Princesa do Sertão tem um nicho eleitoral bem delimitado na área de Feira e no último pleito que se lançou em âmbito estadual, em 2010, amargou a quarta posição na corrida pelo Senado. É pouco frente à visibilidade e à musculatura política do governador candidato à reeleição. Outro político apresentado, dessa vez pelo PSDB, foi o deputado federal João Gualberto, que preside a legenda na Bahia. Muito bem avaliado no período em que esteve no comando da prefeitura de Mata de São João – apesar de agora estar sendo alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal exatamente por essa época -, Gualberto está no primeiro mandato na Câmara e possui como grande trunfo o lastro financeiro para participar da disputa. No entanto, se dinheiro é um grande incentivador para campanha, isolado não ganha eleições. Além de DEM e PSDB, o PMDB resolveu fingir que não existe uma história recente a macular o partido na Bahia: o bunker de R$ 51 milhões que mantém o ex-ministro Geddel Vieira Lima na Papuda desde o mês de setembro. Apresentou o atual presidente do partido, João Santana, desvinculado de escândalos, para tentar se viabilizar como candidato a governador em 2018. Como lideranças do DEM e do PSDB já apresentaram objeções a uma coligação com o PMDB, Santana não chega a ter um potencial aglutinador entre os adversários de Rui. Já o caso de Ronaldo e Gualberto sinaliza uma consequência direta e imediata da desistência de ACM Neto em disputar o governo: esfacelada, a oposição vai lutar entre si para não terminar acéfala e sem um nome que, ao menos, possa provocar um debate eleitoral com o legado de 12 anos de comando do PT na Bahia. Este texto integra o comentário da RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para os rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.