Josias de Souza
Em
audiência com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal, o chefe da Polícia Federal Fernando Segovia assumiu o
compromisso de não fazer novas declarações sobre o inquérito contra
Michel Temer no caso dos portos. Relator do processo, Barroso intimara
Segovia a prestar esclarecimentos depois que ele sinalizou, em entrevista à
Reuters, que a investigação seria arquivada e que o delegado
responsável pelo inquérito poderia ser “repreendido” ou “suspenso”.
Recebido
por Barroso nesta segunda-feira, o diretor-geral da PF entregou
explicações por escrito. O documento contém a transcrição de sua
entrevista. Declarou a Barroso que suas declarações “foram distorcidas e
mal interpretadas”. Acrescentou que “em momento algum pretendeu
interferir no andamento do inquérito, antecipar conclusões ou induzir o
arquivamento”.
De
resto, Segovia declarou que não teve “a intenção de ameaçar com sanções
o delegado” que conduz o inquérito. Reiterou o compromisso de “não
fazer qualquer manifestação a respeito dos fatos” que estão sob
investigação.
Em
despacho de duas folhas, Barroso resumiu as declarações de Segovia,
anexou o documento com as explicações e determinou que a peça seja
juntada ao inquérito. No português das ruas, pode-se dizer que Segovia
foi enquadrado pelo ministro do Supremo. Melhor assim.