Foto: Reprodução/ EBC
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmou na noite desta quarta-feira (7) que o governo continua a não ter
os 308 novos necessários para a aprovação da reforma da Previdência. A
contagem indica que há pouco mais de 250 parlamentares dispostos a
aprovar a medida, disse ele após fazer apresentação em evento fechado do
BTG Pactual. "Hoje infelizmente ainda não temos os 308 votos", declarou
Maia, destacando que a estratégia vai ser construir a maioria na Câmara
para conseguir chegar ao número necessários. "Uma votação sinalizando
que vai perder, há a chance de ter 100 votos ou nem ter quórum", afirmou
ao ser perguntado se o governo vai insistir com a votação da reforma
mesmo sabendo que não tem os votos necessários. Sobre a nova mudança do
texto da reforma, que reduziu o tempo de contribuição de 25 anos para
15, entre outras medidas, Maia ressaltou que o importante é com este
texto "dialogar com outras forças políticas que não estão no debate",
como os prefeitos e governadores. O deputado ressaltou que os dirigentes
municipais e estaduais têm uma agenda no Congresso de interesse deles e
a Previdência é um dos pontos que interessam dentro das conversas de
reorganização fiscal destas entidades da federação. "Vamos tentar com
prefeitos e governadores para ver se encontramos uma agenda em comum",
afirmou o presidente da Câmara. "Temos consolidados mais de 250 votos e
precisamos agregar outras bases e a base de prefeitos e governadores tem
muita força com os deputados." Maia ressaltou que no ano passado o
déficit previdenciário dos Estados "explodiu", o que fez os governadores
reduzirem investimentos em outros itens, como segurança e educação,
para cobrir o rombo da Previdência. O parlamentar citou, entre os
exemplos, o caso de Minas Gerais, que registrou déficit previdenciário
de R$ 16 bilhões e o do Rio, que bateu em R$ 12 bilhões. "Essa sangria
fiscal de todos os entes da federação precisa de um debate racional."
Maia reforçou que o texto da Previdência será enviado para a votação no
próximo dia 20. "É uma votação que vai ter muito debate. Vamos dar
espaço para a oposição debater de forma transparente", declarou o
presidente da Câmara, afirmando ser defensor da igualdade da previdência
pública com a privada. "Essa reforma trata dessa igualdade. Essa é uma
demanda da sociedade." A ideia de procurar os governadores para
conseguir apoio dos deputados foi de Maia, disse ele a jornalistas. "Eu
fui procurado pelos governadores pedindo para pautar projetos que
garantam receitas para os governos. O Congresso não tem mais condição de
todo ano garantir receitas para prefeitos e governadores sem um debate
sério sobre a questão da despesa."