O
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou, hoje, em depoimento à
Justiça Federal do Distrito Federal ter tratado da delação e soltura de
Lúcio Funaro, apontado por investigadores como operador de propinas de
políticos do PMDB. Padilha afirmou que a prisão de Funaro não foi
assunto de nenhuma reunião no Palácio do Planalto e que não conhece
Funaro, delator da Lava Jato.
Eliseu Padilha falou como testemunha de defesa em processo onde o
ex-ministro Geddel Vieira Lima é acusado de obstrução de Justiça, pela
suposta tentativa de atrapalhar a delação de Lúcio Funaro, quando ele
ainda estava em tratativas com a Procuradoria Geral da República.
O depoimento de Padilha aconteceu por videoconferência e durou cerca
de 10 minutos. Padilha respondeu perguntas dos advogados de Geddel e do
juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, e foi
dispensado.
Questionado sobre sua relação com Geddel, Padilha disse que sempre
teve no ex-ministro uma pessoa correta. "Eu conheço Geddel desde quando
cheguei em Brasília em 1995, fomos deputados juntos até 2010, sempre
tive nele uma pessoa correta, que cumpria com suas obrigações", disse.
Padilha disse que tomou conhecimento da prisão de Lúcio Funaro pela
mídia e que reagiu de forma indiferente à notícia. Questionado se
solicitou aos advogados alguma sondagem sobre a delação de Lúcio Funaro,
Padilha disse que não tinha advogado à época.
Ainda hoje, o ex-ministro Geddel Vieira Lima também vai prestar
depoimento à Justiça Federal. Após os depoimentos de Padilha e Geddel, a
ação entrará na fase final. Acusação e defesa poderão solicitar novas
diligências. Se não o fizerem, as partes apresentarão suas alegações
finais e, em seguida, o processo estará pronto para decisão do juiz do
caso.