segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Futuro de Lúcio na Câmara é próxima questão nacional a influenciar nas eleições da Bahia



Futuro de Lúcio na Câmara é próxima questão nacional a influenciar nas eleições da Bahia
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias
Os olhos da política na Bahia se voltam agora para outra decisão no âmbito federal que terá reflexos na cena local. E, dessa vez, não se trata do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As atenções migram – ou deveriam migrar – para o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, onde deve ser apreciado nesta terça-feira (27) o pedido de abertura do processo de cassação do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Inserido na cena dantesca das malas com R$ 51 milhões, o peemedebista tenta sobreviver ao tsunami que levou o irmão dele, Geddel Vieira Lima, ao presídio da Papuda. Para efeitos públicos, Lúcio não mudou. Continua com a língua afiada e voltou a ser ativo nas redes sociais. Os aliados, no entanto, já não estão mais tão próximos como quando os irmãos Vieira Lima controlavam o PMDB na Bahia. Sabe-se que há um risco iminente de debandada de lideranças do partido, e dentro e fora do núcleo peemedebista na Bahia existem grupos que torcem para que ele seja cassado pela Câmara dos Deputados. Para Lúcio, seria um problema de ordem jurídica, já que perderia o foro privilegiado, e eleitoral, pois estaria sem direitos políticos por oito anos caso se confirme o afastamento das atividades parlamentares. Para os antigos aliados – na ausência de uma nomenclatura melhor -, seria um alívio, já que o bônus de ter o PMDB ao lado é menor do que o ônus da imagem do bunker milionário associado aos irmãos. Na lista daqueles que aguardam o desfecho da cassação para definir rumos políticos não estão apenas os deputados estaduais que já manifestaram interesse em abandonar o barco. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é uma das figuras de fora da legenda que aguarda o futuro de Lúcio para escolher qual tratamento adotar com o PMDB: se o mantém como aliado para as eleições de outubro ou se isola a sigla para evitar que os respingos das milhares de cédulas recaiam sobre a campanha eleitoral do grupo político liderado por ele. O futuro de Lúcio é mais uma peça no quebra-cabeça que se tornou a eleição de 2018.