Lula
em Porto Alegre, tentando reverter a condenação que sofreu em Curitiba,
com risco de ser preso ou declarado inelegível; Temer, na mesma data,
24 de janeiro, a caminho de Davos, na Suíça, para participar do Fórum
Econômico Mundial, levando os ótimos resultados que a economia
brasileira vem apresentando. Com ele, os dois principais executivos da
área econômica: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o
presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. São bons resultados; e, se
houver medidas de apoio – por exemplo, a volta do grau de investimento,
perdido por Dilma – Temer pode até sonhar em ganhar popularidade e ser
candidato à reeleição.
A
tropa de choque oposicionista nas redes sociais (e jornais) tem um
problema sério para negar que os dados econômicos tenham melhorado. É
que Meirelles foi repetidamente indicado por Lula a Dilma para ocupar o
Ministério da Fazenda; e Dilma seguidamente o rejeitou. Lula tinha
razão.
Ao
mesmo tempo em que escolheu gente do ramo para tocar a economia e deixa
seu pessoal trabalhar, Temer continua devastando a administração com
apetite de gafanhoto faminto. A escolha de Cristiane Brasil, filha de
Roberto Jefferson, para o Ministério do Trabalho, é um exemplo notável:
Cristiane é citada na delação da JBS (por estar entre os negociantes de
um pixuleco de R$ 20 milhões para o seu PTB, em troca do apoio do
partido à candidatura de Aécio Neves, do PSDB, em 2014). É apontada na
delação da Odebrecht como receptora de uma bonita mochila com R$ 200
mil. Há mais: dois funcionários a processaram na Justiça do Trabalho
pedindo indenização por horas extras não-remuneradas. Ambos ganharam.