Reunidos nesta quinta-feira (25) em São Paulo, dirigentes do PT desafiaram a Justiça a decretar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob ameaça de causar convulsão social.
O petista foi condenado na quarta-feira,
por unanimidade, por três juízes do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da
4ª Região), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Sua pena foi aumentada dos nove anos e seis meses de reclusão determinados pelo juiz Sergio Moro
em julho passado para 12 anos e um mês. Segundo entendimento atual do
STF (Supremo Tribunal Federal), a determinação de prisão só pode ser
efetivada quando esgotados todos os recursos na segunda instância.
O
senador Humberto Costa (PE) afirmou que não pagaria para ver a
repercussão social em caso de detenção, em um momento de insatisfação
com o governo Michel Temer.
"Uma
parcela significativa da população deposita esperança no retorno de
Lula para uma vida melhor. São imprevisíveis as consequências. Eu não
pagaria para ver. Não sei o que pode acontecer", afirmou o parlamentar,
que participou em São Paulo da reunião do partido que confirmou o lançamento de Lula como pré-candidato a presidente.
Presidente
do PT no Rio, o ex-prefeito Washington Quaquá diz que hoje seria uma
bravata prometer levar um milhão de pessoas às ruas em defesa do
ex-presidente. Mas que seria muito mais fácil trabalhar por isso se Lula fosse preso.
"Atrevam-se
a prender Lula", afirmou. "Não queremos fazer revolução. Queremos fazer
um grande acordo nacional. Mas, se prenderem o Lula, a democracia no
Brasil, para nós, acabou", completou o líder da sigla no Rio. (Catia Seabra e Joelmir Tavares – Folha de S.Paulo)