Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
Com a reforma da Previdência como prioridade nas próximas
semanas, o presidente Michel Temer embarcou na manhã desta quinta-feira
(25) em Zurique de volta ao Brasil. Temer participou nesta semana do
Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Mas foi o julgamento do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que dominou as atenções. Temer
deixou a cidade de Zurique pouco antes das 10 horas (7 horas do horário
de Brasília). Mas evitou fazer qualquer comentário para a imprensa sobre
o resultado referente ao ex-presidente. Na noite anterior, ao viajar de
Davos para Zurique, onde pernoitou, Temer entrou por uma porta lateral
do hotel onde se hospedava para também evitar os jornalistas. Ainda na
quarta-feira, o único comentário feito pelo presidente cumpriu à risca a
estratégia do Planalto de tomar uma distância estratégica do
julgamento. Para Temer, isso era "uma questão do Judiciário". Moreira
Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência deixou claro
que o governo não irá embarcar em um debate político sobre a sentença
contra Lula. "Foi uma decisão judicial", insistiu o ministro, nesta
quinta-feira. Mas ensaiou uma crítica à tentativa de aliados de Lula de
fazer oposição à decisão judicial por meio da política. "Pode bater
lata. Mas questionar politicamente não da", afirmou. Para o ministro da
Agricultura, Blairo Maggi, "a vida segue, continua, sem grandes
problemas na política". "O Brasil merece tranquilidade para trabalhar",
afirmou. Segundo Moreira Franco, a agenda do governo estará concentrada
agora em tentar aprovar a reforma da previdência no dia 20 de fevereiro.
"Vamos trabalhar, conversar e tentar mostrar os números", disse, numa
referência ao déficit de mais de R$ 260 bilhões. O jornal O Estado de S.
Paulo apurou que o governo vai ganhar um forte aliado nos próximos dias
para tentar fazer o assunto avançar: a OCDE. A entidade, que considera a
adesão do Brasil, realizou um levantamento sobre as condições da
economia brasileira e dirá que apenas com uma reforma é que o País
estará nos padrões adotados pelos governos de economias maduras. O texto
preliminar já está com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.