A decisão da ministra Cármen Lúcia de suspender a posse de Cristiane Brasil (PTB) no Ministério do Trabalho desencadeou reações extremadas no Planalto. Michel Temer se reuniu nesta segunda (22) com ministros e assessores.
Pelos relatos, o governo está disposto a subir um tom. Auxiliares do
emedebista citam risco de crise institucional. Dizem que a sentença foi
política e que há elementos para afirmar que o STF está interferindo no
Executivo, cassando competências do presidente.
O
governo vai esperar que Cármen Lúcia reexamine o caso antes de partir
para o embate. Juristas avaliam que a ministra foi esperta ao barrar a
posse de Brasil suscitando uma questão técnica, sem tocar o mérito da
ação. Ela terá que lançar mão de um raciocínio complexo para embasar a suspensão constitucionalmente. Integrantes
de cortes superiores afirmam que, se Cármen Lúcia mantiver a decisão
que travou a posse de Brasil, estará sinalizando que um juiz de primeiro grau pode cassar um ato do presidente, mas o STJ, não.
Aliados
de Temer vitimizaram Cristiane Brasil e chegaram a dizer que, ao vetar o
ingresso dela no ministério, o Supremo está, na prática, cassando
direitos políticos. A
bancada do PTB na Câmara está menos solidária. Começou a pressionar o
presidente do partido, Roberto Jefferson, a indicar um nome técnico para
o posto. (Do Painel – Folha de S.Paulo)