quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Moro erra ao fazer “pedidos” a Temer e Meirelles



Juiz não deveria agir como ombudsman do Supremo
Blog do Kennedy
Numa democracia, é direito de todos emitir a sua opinião. No entanto, o juiz Sergio Moro abre a guarda para que seja questionada a sua imparcialidade quando faz “pedidos” ao presidente Michel Temer e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Em evento ontem em São Paulo no qual era um dos homenageados, Moro solicitou a Temer que usasse sua influência para evitar que o Supremo Tribunal Federal mude o entendimento a respeito da prisão de condenados na segunda instância da Justiça. Só faltou dizer: “Fale com Gilmar Mendes e Dias Toffoli a respeito disso”.
Não faz sentido um juiz de primeira instância se comportar como ombudsman do STF. É o Supremo Tribunal Federal que toma decisões que guiam os julgamentos de outros magistrados.
O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba também pediu ao ministro da Fazenda que fosse mais generoso ao tratar do orçamento da Polícia Federal. Moro ainda criticou o loteamento de cargos na administração pública e recomendou o fim do foro privilegiado, inclusive para ele.
Ora, faltou opinar sobre os supersalários da cúpula dos servidores, o desrespeito ao teto constitucional, a farra do auxílio-moradia para magistrados e integrantes do Ministério Público e o regime de Previdência camarada das altas castas do funcionalismo.
Se quer agir assim, melhor entrar para a política ou virar comentarista em veículo de comunicação. É um erro um magistrado ter esse tipo de atuação. Trata-se de uma ação indevida para quem ocupa a posição de Moro.