Foto: Divulgação / PM
Damião Soares dos Santos, responsável pelo ataque às crianças na creche Gente Inocente (leia mais aqui),
em Janaúba (MG), sofria de transtorno persecutório, segundo a Polícia
Civil. O Ministério Público (MP) de Minas vai apurar por que um
funcionário com problemas mentais trabalhava na educação infantil. "Ele
começou a demonstrar transtornos em 2014, quando foi ao MP denunciar que
a mãe estava envenenando a comida dele, mas era mentira", diz Renato
Henriques, chefe do Departamento da Polícia Civil de Montes Claros. Na
época, Santos também disse que a mãe havia assassinado o pai com veneno.
No dia do ataque, se completaram três anos da morte do pai do vigia.
Não foi achado até agora, diz a polícia, registro de consulta médica ou
receita que comprove uso de remédio. Ao longo da semana, parentes do
vigia relataram que ele repetiu que daria um presente à família e que
morreria. Para vizinhos da creche, ele parecia normal. "Não mostrava
isso para a sociedade." Na tarde desta sexta-feira (6), a população
velou e enterrou os mortos do incêndio causado pelo vigia. O Corpo de
Bombeiros confirmou mais duas vítimas na tarde de sexta. No total, sete
crianças, uma professora e o autor do crime morreram. Outras 33 pessoas
ficaram feridas - 13 estão internadas em estado gravíssimo.
Enfileirados, veículos acompanharam os carros da funerária que
transportaram, ao longo do dia, os corpos carbonizados pelas ruas da
cidade. Em todo o município, o clima é de pesar e comoção diante da
maior tragédia da história da cidadezinha de 72 mil habitantes. Ao longo
do dia, a população se mobilizou para confortar parentes de vítimas e
rezar pelos internados. Moradores do município e de cidades vizinhas se
organizaram pelas redes sociais para recolher doações. Por causa da
tragédia, o Ministério Público de Minas abriu uma conta bancária para
receber doações em dinheiro, que servirá de auxílio material às famílias
das vítimas. Até o início da tarde desta sexta, o montante chegava a R$
177 mil.