Foto: Reprodução/ Revista Veja
Uma decisão da 2ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado
(TCE) trouxe de volta antigos fantasmas do PT nas eleições de 2014:
Instituto Brasil e Dalva Sele. Às vésperas do pleito daquele ano, a
presidente do Instituto Brasil, acusado de irregularidades em convênios
com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e a Conder, foi à revista
Veja denunciar ter beneficiado as campanhas eleitorais do PT nos anos
anteriores, citando nomes como o então governador Jaques Wagner, o
deputado federal Afonso Florence, então candidato à reeleição, e o
candidato ao governo da Bahia, Rui Costa. A entrevista de Dalva Sele
esquentou o clima da eleição, com troca de acusações entre os dois
principais adversários, Rui Costa e Paulo Souto. O primeiro sugeria que a
missa do Instituto Brasil foi encomendada. O segundo buscou capitalizar
politicamente a denúncia contra o candidato governista. Apesar de
estampadas no noticiário nacional e local, as declarações de Dalva Sele –
que incluem uma entrevista exclusiva para o Correio*, direto da Europa,
feita pelo colunista Osmar Marrom – não surtiram efeito eleitoral. Rui
Costa acabou eleito em primeiro turno e passou incólume às acusações de
ter sido beneficiado com desvios de recursos de programas habitacionais
tocados pelo Instituto Brasil e liderados pela presidente da entidade,
figura corriqueira até então presente nas coxias do petismo baiano.
Desde o episódio de setembro e outubro de 2014, na verdade uma marmita
requentada de anos anteriores, o Instituto Brasil e Dalva Sele apareciam
pontualmente no noticiário, quase sempre respondendo a condenações do
TCE. Nesta quarta-feira (4), o Tribunal de Contas adicionou outros
elementos no processo, que devem reassombrar parcelas expressivas do PT
baiano. O deputado Afonso Florence e o chefe de gabinete de Rui, Cícero
Monteiro, terão que devolver recursos ao erário público. Já Wagner, Rui e
o procurador-geral do Estado, Paulo Moreno, devem ser investigados pelo
Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), a pedido do TCE.
Passados três anos do estouro do escândalo, os fantasmas do caso podem
assombrar os sonhos de muita gente. Este texto integra o comentário
desta quinta-feira (5) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e
para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.