Do G1
O ex-marqueteiro do PT João Santana e a mulher dele, Monica Moura,
vão começar a cumprir pena domiciliar na Operação Lava Jato nesta
sexta-feira (6).
Eles não apresentaram recurso à sentença do juiz Sérgio Moro, como
prevê o acordo de delação com o Ministério Público. Com isso, passa a
contar o prazo para a pena com tornozeleira eletrônica, de um ano e
meio.
O equipamento vai ser colocado durante esta tarde, na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba.
Depois do prazo vencido, o acordo prevê que eles fiquem mais um ano e
meio em regime semiaberto, e depois mais um ano em regime aberto, com
recolhimento domiciliar nos fins de semana e feriados.
Condenações
João Santana e Monica já foram condenados duas vezes pela Operação
Lava Jato pelo crime de lavagem de dinheiro e cumprem a pena em
liberdade provisória desde agosto deste ano. Em abril, eles tiveram o
acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
O casal é acusado de receber milhões de dólares em conta secreta no
exterior e milhões de reais em espécie no Brasil do esquema criminoso da
Petrobras. Os valores, segundo o MPF, foram pagos a eles por
empreiteiras com contrato com a estatal para remunerar serviços em
campanhas eleitorais no Brasil. Eles foram alvo da 23ª fase da operação.
Processos
Em um dos processos, a condenação do casal foi de 7 anos e 6 meses de
reclusão pelo crime de lavagem de dinheiro em uma ação que investiga
valores negociados (cerca de R$ 128 milhões) entre Palocci e a
Odebrecht.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, US$ 10,2 milhões foram
repassados para Santana e Mônica Moura, em troca de serviços eleitorais
prestados ao PT. Nesta ação, eles foram absolvidos do crime de
corrupção.
Na outra ação penal, que foi em fevereiro deste ano, Monica Moura e
Jão Santana foram condenados a 8 anos e 4 meses também por lavagem de
dinheiro. De acordo com a denúncia, parte da propina paga a partir do
esquema de corrupção existente na Petrobras foi destinada ao Partido dos
Trabalhadores (PT) para pagar serviços eleitorais.