Blog do Kennedy
No
final de semana, a presidente do STF, Cármen Lúcia, disse o seguinte,
num evento em São Paulo: “Se o brasileiro soubesse tudo o que sei, tendo
visitado 15 penitenciárias masculinas e femininas, seria muito difícil
dormir”.
A
frase é forte, mas infeliz. Se um autoridade diz que tem ciência de
coisas graves que deixariam a população sem dormir, ajuda a sedimentar a
sensação, já alta, de falta de segurança pública que atormenta muita
gente. Contribui para disseminar sentimento de pânico.
No
caso, o melhor seria a presidente do Supremo dizer o que sabe, até para
que a população tenha a exata dimensão do problema e possa avaliá-lo
por conta própria. O povo não pode ser tratado como uma criança da qual
se escondem notícias ruins.
Aliás,
a psicologia e pedagogia modernas não recomendam que se escondam fatos
graves de crianças, mas que ocorram conversas francas a respeito deles.
A
situação do sistema prisional brasileiro já é suficiente calamitosa
para que seja tratada com mais alarme. O importante seria as
autoridades, como a chefe do Judiciário brasileiro, tomarem medidas para
combater esse problema. Esse caminho seria mais produtivo do que frases
de efeito.