Foto: Agência Brasil
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
nesta quarta-feira (18) que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), por ter
"vendido ódio", "plantou ódio e está colhendo tempestade". Por decisão
do Senado na noite de terça (17), Aécio retomou o mandato, do qual
estava afastado, e deixou o recolhimento domiciliar noturno, medidas que
haviam sido impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista
na manhã desta quarta para a Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte, o
petista disse que nas campanhas presidenciais que disputou e perdeu (em
1989, 1994 e 1998) não vendeu "ódio como o Aécio (Neves) vendeu quando
perdeu para a Dilma (Rousseff, em 2014)". "Vendi paz e amor." Lula, que
inicia no próximo dia 23, a etapa mineira de sua caravana, voltou a
afirmar que vai ser candidato novamente ao Planalto no ano que vem - "Só
porque não querem" -, mas disse que está "nu" diante das investigações
das quais é alvo no âmbito da Operação Lava Jato. O petista também disse
se dizer vítima de um "pacto maquiavélico" entre Polícia Federal, o
Ministério Público, Poder Judiciário e a imprensa para tirá-lo da
disputa de 2018. O ex-presidente já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a
9 anos e 6 meses de prisão no caso triplex do Guarujá. Réu em seis
ações penais e denunciado em outros dois casos, o petista agora é alvo
de seis procedimentos de investigação criminal abertos pela Polícia
Federal e pelo Ministério Público Federal em Curitiba, São Paulo e
Brasília. Lula disse estar hoje, politicamente, igual ou melhor do que
antes. "Quem está pior é o pessoal da Lava Jato, que contou mentira a
meu respeito. A Polícia Federal da Lava Jato mentiu, o Ministério
Público mentiu, e o juiz aceitou as mentiras e está me julgando, e está
me condenando por coisa que ele próprio diz que eu não fiz. Então eles é
que têm problemas para explicar para a opinião pública que eu não
cometi crime que eles gostariam que eu tivesse cometido", afirmou. O
ex-presidente disse ainda que poderia ficar fora da disputa do ano que
vem. "Poderia não ser candidato. Já fui presidente, fui bem sucedido,
não tem nenhum presidente que terminou oito anos com 87% de bom e ótimo,
com o Brasil crescendo 7,5%, com varejo crescendo a quase 14%." "Não
precisaria ser candidato, mas só porque não querem, é que quero ser
agora, e vou disputar dentro do PT e eles que arquem com a
responsabilidade de tomar a decisão de proibir de ser candidato",
continuou Lula. "Se encontrarem alguma coisa errada que fiz, que me
punam, porque não estou acima da lei. Nem quero estar. Até por que todas
as leis que facilitam a apuração da corrupção foram feitas pelo PT.
Portanto, se tem alguma coisa que o PT não tem medo, é de investigação."