Negociada com a Polícia Federal (PF),
a delação premiada do marqueteiro Duda Mendonça recebeu parecer
contrário da Procuradoria-Geral da República (PGR). No entanto, o
Supremo Tribunal Federal (STF) ainda pode homologar a delação, aceitando
o acordo. Segundo informações do UOL, a opinião do Ministério Público
Federal (MPF) foi enviada ao ministro Edson Fachin entre junho e julho,
mas ainda está sob sigilo. Interlocutores do magistrado disseram que ele
só pretende se decidir depois que a corte julgar uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin), que foi proposta pela própria PGR contra
os acordos fechados pela PF. De acordo com a publicação, o MPF alega que
a celebração dessas delações tira a "pressão psicológica" do
investigado no chamado "dilema do prisioneiro", que é a situação em que o
suspeito se vê obrigado a colaborar com a Justiça. No ano passado, Duda
já havia tentado firmar o acordo com o MPF, mas não teve sucesso. Em
seus depoimentos à PF, o marqueteiro relatou pagamentos de caixa dois da
Odebrecht para a campanha do deputado Baleia Rossi (SP), líder do PMDB
na Câmara, e dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Marta Suplicy
(PMDB-SP), dentre outras ilegalidades.