domingo, 14 de maio de 2017

Um ano: plano de segurança de Temer não sai do papel




Menos de 15 dias após assumir o governo como presidente interino, Michel Temer se deparava com a primeira crise na segurança pública. Para responder à repercussão de um estupro coletivo no Rio de Janeiro, anunciou que criaria um departamento de combate à violência contra a mulher na Polícia Federal (PF). Era a primeira de uma série de promessas para reduzir a criminalidade feitas no primeiro ano do peemedebista à frente do Palácio do Planalto.
Ao novo departamento na PF, que nunca se concretizou, somaram-se outros anúncios, empacotados no Plano Nacional de Segurança Pública, que foi lançado às pressas por conta de massacres em série dentro de presídios no início deste ano. De concreto, segundo balanço elaborado pelo GLOBO, o governo tem pouco para mostrar. A atuação federal é apontada por analistas e gestores da área como meramente reativa a crises pontuais.
Ao final da reportagem, veja o estágio atual de cada programa anunciado para a área.
CORTE NOS INVESTIMENTOS INVIABILIZOU PROGRAMA
Carro-chefe do combate à violência na esfera federal, o Plano Nacional de Segurança teve adesão formal até agora de 12 estados, mas a implantação das ações só começou nas regiões metropolitanas de Sergipe, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, segundo o Ministério da Justiça, que gerencia o programa.
É que firmar a parceria não garante, por si só, a execução dos programas previstos no plano, como qualificação de pessoal, aquisição de equipamentos, fortalecimento da perícia, entre outras ações. Um corte de mais de 40% nos recursos para investimento da pasta da Justiça praticamente inviabilizou a execução do programa.
Sem conseguir atrair os estados, o documento apresentado no Palácio do Planalto com a meta de reduzir em 7,5% os homicídios dolosos em 2017 corre o risco de não passar de uma carta de boas