![]() |
Um dia após a divulgação da lista do ministro Edson Fachin com
autorização de aberturas de inquérito para investigar oito ministros, o
presidente Michel Temer afirmou que o fato não pode paralisar o governo e
que vai deixar o “Judiciário agir”. Segundo o presidente, “nada deverá
paralisar a atuação governamental”. A defesa do governo foi feita em
dois eventos promovidos nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a declaração de Temer é uma forma
encontrada pelo presidente para blindar a reforma previdenciária dos
potenciais efeitos negativos provocados pela divulgação da lista. "Não
podemos jamais paralisar a atividade legislativa e temos de dar
sequência ao governo, à atividade legislativa e à atividade judiciária",
disse. "Nós avançamos muito e temos de avançar mais. O governo não pode
parar", afirmou. Nas declarações, entretanto, Temer evitou fazer
referências às decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O
receio é que a abertura de investigações contra o ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, principal articulador da proposta junto ao
Congresso, e contra o relator da reforma previdenciária, deputado
federal Arthur Maia (PPS-BA), possa atrasar o cronograma de votação e
obrigar o presidente a fazer novos recuos para aprová-la. O presidente
chegou a ser citado em dois inquéritos abertos pelo ministro Edson
Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). No
entanto, como ele tem a chamada "imunidade temporária" enquanto ocupa
cargo de presidente, não pode ser investigado por atos estranhos ao
mandato.