![]() |
A reforma trabalhista deve ser concluída antes da previdenciária,
sinalizou o presidente Michel Temer em um jantar oferecido a senadores
na noite de quarta-feira (5), no Palácio do Jaburu, em Brasília. Segundo
o peemedebista, isto deve ocorrer porque as mudanças nas regras
trabalhistas são mais facilmente absorvidas que no caso da Previdência. A
informação foi dada à Folha de S. Paulo por um dos senadores do PMDB
que participou do evento. "Constatou-se o óbvio, que a reforma
trabalhista tem condições de passar mais rapidamente. Ele está querendo
que a reforma trabalhista seja absorvida enquanto se discute mais a
reforma da Previdência", disse o senador Garibaldi Alves Filho
(PMDB-RN). O parlamentar disse também que Garibaldi "o governo se mostra
sensível no sentido de avançar numa flexibilização da proposta de
emenda constitucional que reforma a Previdência". Temer continuará nesta
quinta (6) as conversas com senadores. O movimento do presidente é uma
forma de se aproximar dos peemedebistas para isolar o líder do partido
no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que teve as relações rompidas com o
governo após iniciar uma série de ataques contra o Palácio do Planalto.
Garibaldi negou que, no encontro, o governo tenha oferecido algo em
troca de apoio, principalmente à reforma da Previdência. "Que fique bem
claro que essa não é, ao menos entendo assim, uma conversa de varejo, de
que se possa pensar naquela citação franciscana de que é dando que se
recebe", afirmou o senador. Após a reação de Temer, Garibaldi foi um dos
senadores peemedebistas que passou a criticar Renan publicamente.
"Votei em Renan para ser o nosso líder, mas acho que ele está sendo
injusto quando diz que o governo está perdido. Ao invés de fazer uma
oposição mais aguerrida, a bancada do PMDB deve exercer a função de uma
colaboração mais equilibrada no sentido de promover o aperfeiçoamento na
proposta da reforma da Previdência", disse o senador.