![]() |
El País
A nova lista de 100 políticos suspeitos de ilícitos no âmbito da Operação Lava Jato tumultua ainda mais o já conturbado ambiente político de Brasília. Mas quem espera resultados concretos rápidos dos inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira provavelmente irá se frustrar.
O efeito político das investigações deve ser sentido na tentativa do Governo de aprovar reformas como a da Previdência, a trabalhista e a política, e até nas eleições de 2018. Mas basta olhar para o longo processo do mensalão no STF — seis anos só para ir a julgamento — para constatar que não haverá condenação de políticos com mandato tão cedo.
“Nós não podemos jamais paralisar o Governo”, discursou nesta quarta-feira o presidente Michel Temer, que assumiu o Governo com a promessa de recolocar o país nos trilhos, ao menos economicamente. O apelo do presidente não parece ter sido o bastante para sensibilizar o parlamento, que não teve sessões. O cenário não é estranho em semana de feriado prolongado, mas é difícil não enxergar conexão entre a chamada delação do fim do mundo e o sumiço antecipado dos parlamentares.
O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), foi mais eloquente — e direto — do que os silenciosos colegas de parlamento e sugeriu que a reforma da Previdência fosse tirada de pauta, porque "a sociedade brasileira é toda contra" ela.
Leia mais: Lista de Fachin: quem não tem foro tem medo