domingo, 23 de abril de 2017

Guarde o nojo, o cansaço. Podemos estar testemunhando o expurgo da bandidagem



A megaconspiração entre empreiteiros e políticos no Brasil conseguiu desmoralizar a Parceria Público-­Privada.

A PPP seria excelente instrumento para melhorar a vida de centenas de milhões de pessoas. Em infraestrutura, transporte, metrôs, estradas, portos, aeroportos, moradia, saneamento, escolas, hospitais, urbanização de favelas. Que desperdício. Tudo contaminado pela ganância e pela falta de caráter de “serial-robbers” no Poder.
Graças à Operação Lava Jato – que a classe política tenta torpedear com o projeto “contra abuso de autoridade” –, temos acesso às entranhas desse polvo em que se transformou a PPP.
As propinas eram distribuídas em motéis e flats e mesmo na casa da mãe idosa, ou pagos no exterior ou em mesadas em espécie. Diante disso, pensamos: PQP!
Diante disso, pensamos: PQP! Emergem detalhes constrangedores e montantes estapafúrdios guardados até em meia-calça feminina por baixo do terno. “A gente entregou um ‘recurso’, a pessoa baixou a calça e botou dentro da meia”, revelou o delator Carlos Cunha, em processo que apura corrupção na reforma do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
A cada delação, casos picantes são relatados em minúcias. Assim ficamos sabendo que somente a Odebrecht teria pago 36 parcelas de mesadas de R$ 547 mil ao ex-deputado Eduardo Cunha, por sua “ajuda política” para o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. A ajuda de Cunha era cobiçada por sua influência na Caixa Econômica Federal, que contribuiu para a obra com R$ 3,5 bilhões do FGTS. No total, Cunha teria recebido R$ 52 milhões por essa PPP, prevista para durar 15 anos. Apelidado de Caranguejo na planilha, ele diz que a delação é “falsa, fluida e desprovida de provas”. Fluida?
saiba maisPPP ou PQP?