Em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira, (10), no
auditório do Ministério Público de Petrolina, os delegados da polícia
civil responsáveis por investigar o assassinado da sindicalista Abenigna
Lúcia do Bonfim, 67 anos, Sara Machado, Magno Neves e Marceone
Ferreira, contaram detalhes sobre a motivação do crime.
O corpo da idosa foi localizado no interior de sua residência no final
da manhã do dia 05 de abril, no bairro Cohab VI, com mãos e pés
amarrados por peças de roupas da própria vítima, estando a cabeça
coberta por sacolas plásticas e envolta em fita crepe. Ela também estava
com fita adesiva, tendo morte por asfixia.
O crime ocorreu na noite do sábado, dia 01 de abril, quando a mesma foi
vista pela última vez na frente de casa sentada junto com a vizinha,
conhecida por ‘Baiana’ e uma filha adolescente. Depois desta noite a
vítima, que morava sozinha, não mais foi vista por vizinhos e também não
manteve contato com a família.
Pelas características do crime, não havendo qualquer sinal de
arrombamento na casa, a primeira linha de investigação foi no sentido de
ter sido um crime de proximidade, praticado por uma pessoa que tinha
livre acesso à casa Abenigna, no caso a sua vizinha, Alessandra de
Castro Silva, de 42 anos, que foi interrogada pela polícia.
Contradições nos depoimentos de Alessandra, aliada à informação anônima
no sentido da participação do outro autor, Leandro dos Santos Ferreira
de 20 anos, amigo da acusada e morador do bairro João de Deus no crime
levaram à elucidação do caso, tendo Leandro sido localizado pela equipe
de investigação com o aparelho celular subtraído da casa da vítima, após
sua morte. Os dois confessaram o crime que teve como motivação roubar a
sindicalista.
O delegado Marceone Ferreira revelou que dois adolescentes, um de 17
anos e outro de 14 anos, tiveram participação direta no crime. Um deles
deixou o portão da casa da vítima aberto para o acesso de Leandro e o
outro ficou olhando a rua para avisar sobre qualquer movimentação de
pessoas. Os dois também foram internados.
“Os
filhos da acusada tinham proximidade com a vítima, eles assistiam
televisão na casa dela, assim como pegavam água gelada, assim
constatamos a situação financeira da sindicalista. Um aparelho
telefônico foi levado no dia do crime, o Léo confessou o crime e disse
que Alessandra foi quem planejou o crime, juntamente com os dois filhos
adolescentes, uma menina de 17 anos e outro de 14 anos. Tomamos
conhecimento que um notebook também foi levado, sendo peça importante
para desvendar o caso”, contou Sara Machado.
Alessandra de Castro Silva praticou o crime por fins patrimoniais e com
interesse em uma poupança da vítima no valor de R$ 20 mil. Alessandra
teria dado um soco no rosto da vítima, que em seguida desmaiou.
A Alessandra sabia tudo da vítima porque Abenigna confiou. Os envolvidos
viviam em situação precária. Já havia uma premeditação do crime, se
levantou o histórico da vítima, a acusada sabia do valor que estava na
poupança, a data que a mesma recebia salário, ela sabia que tinha também
uma indenização que Abenigna iria receber. O filho de 14 anos de
Alessandra era a ligação entre ela e o Leandro, porque o adolescente era
amigo dele. Leandro amarrou a vítima, mas disse que não lembra quando a
mesma foi asfixiada. Alesandra contesta a informação do comparsa,
alegando que ele a asfixiou” ,complementou a delegada.
Blog Edenevaldo Alves

