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A
delação da Odebrecht fez irradiar para além da esquerda a tese de que a
candidatura do ex-presidente Lula em 2018 é vital para evitar o
extermínio da política. Com o lodaçal lançado sobre diversas siglas, há
um trabalho para atrair desde já legendas de centro para a órbita do
petista — a começar por caciques do PMDB, que teriam “senso de
sobrevivência”. Tudo sob a premissa de que só Lula teria a couraça
grossa o suficiente para travar uma batalha campal contra a Lava Jato.
A
articulação está fora da alçada do PT. Para o governador Flávio Dino
(PC do B-MA), a “dinâmica que se desenha é de embate entre o ‘Partido da
Lava Jato’ e o Lulismo”. “Há até uma data de lançamento desse
confronto: 3 de maio, em Curitiba”, diz. Este é o dia em que Lula irá
depor a Sérgio Moro.
Aliados
do petista querem marcar presença no dia do encontro entre Lula e Moro.
Só do Paraná, são esperados 15 mil militantes. Há ainda caravana
organizada pela Frente Brasil Popular, que contabiliza quatro ônibus
saindo de Brasília e dez do Acre.
O
PT, porém, espera clima de tensão. Dirigentes da sigla acreditam que,
assim como haverá claque pró-Lula, muita gente vai se mobilizar para
hostilizar o petista e defender a Lava Jato.
Muitos
fatores podem alterar a rota pró-Lula. Espera-se que ele sofra uma
condenação até junho. Depois disso, haverá gritaria para evitar veredito
colegiado, que o tornaria inelegível.
Lulistas
também torcem para que Michel Temer banque a ideia de nomear alguém
“menos bélico” para a vaga do procurador-geral Rodrigo Janot, em
setembro. (Daniela Lima - Folha de S.Paulo)
