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O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebeu da 
Odebrecht pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB, 
segundo informou o ex-executivo José de Carvalho Filho em depoimento 
prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (10), de
 acordo com fontes. As senhas eram as seguintes: Foguete, Árvore, 
Morango e Pinguim. Como revelou neste sábado (11) o Estado, Carvalho 
afirmou ao TSE que Padilha intermediou o pagamento de caixa 2 para o 
PMDB. Segundo fontes informaram à reportagem, Padilha teria acertado 
locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas 
com o ex-executivo. O valor total destinado ao PMDB chegou a R$ 5 
milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado 
federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o Estado apurou, José de 
Carvalho Filho procurou o peemedebista para solicitar os endereços onde 
seriam entregues as quantias (veja aqui).
 Padilha teria fornecido os endereços repassados para a ex-secretária 
Maria Lúcia Tavares, que atuava no setor de propina da Odebrecht. Era 
Maria Lúcia a responsável por criar senhas que seriam entregues 
posteriormente por José de Carvalho a Padilha. José de Carvalho afirmou 
que, para entregar as senhas, esteve com Padilha pelo menos quatro 
vezes. O ex-executivo da Odebrecht trabalhava na equipe do ex-diretor de
 Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Os repasses da
 Odebrecht ao PMDB teriam ocorrido nas seguintes datas: 13/08/2014 (R$ 
1,5 milhão, senha: foguete); 02/09/2014 (R$ 1 milhão, senha: árvore); 
04/09/2014 (R$ 1 milhão; senha: morango), 10/09/2014 (R$ 1 milhão, não 
constaria a senha); 30/09/2014 (R$ 500 mil, senha: pinguim). De acordo 
com José de Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o 
escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Esse 
pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014. Procurado 
pela reportagem na sexta-feira (10) à noite, o ministro Eliseu Padilha 
informou que está em repouso por recomendação médica e não se 
manifestaria sem ter conhecimento do conteúdo. Segundo o Estado apurou, 
apesar de o depoimento de José de Carvalho Filho trazer novas suspeitas 
sobre Padilha, o ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode 
cassar a chapa Dilma/Temer no TSE, não deverá intimá-lo para prestar 
depoimento. Isso porque os fatos narrados não se relacionam diretamente 
com captação de recursos para a campanha da chapa presidencial, que é o 
objeto da ação que tramita na Corte Eleitoral.
 
