A cantora Loalwa Braz, de 64 anos, foi queimada viva dentro do
próprio carro, informou nesta quinta-feira (19) o delegado responsável
pelo caso, Leonardo Macharet. De acordo com o investigador, os dois
suspeitos presos – identificados como Wallace, de 23 anos, e Gabriel, de
21 – não demonstraram arrependimento com o crime e chegaram a debochar
da situação. "Eles entraram na pousada, bateram nela com um pedaço de
madeira, que já foi localizado. Também apreendemos uma faca e a camisa
de um dos elementos com sangue. Ela estava gritando muito, eles
resolveram levá-la para o carro. Um deles iria sair com ela do local,
mas parece que o carro morreu e eles atearam fogo nela. Ela estava viva
no momento que a queimaram. Foi queimada viva. Essa foi a parte mais
cruel", contou Macharet. "Os presos não demonstram arrependimento e
ainda brincaram com a música sucesso dela ('Chorando se foi').
Demonstraram total certeza do que faziam e nenhum arrependimento. É um
crime bárbaro, bastante violento, e foge até da normalidade de
Saquarema. Vamos trabalhar para prender o terceiro elemento ainda. Não
temos o nome, apenas a descrição", completou. Loalwa era vocalista do
grupo Kaoma, que ficou famoso nos anos 1980 com a música de lambada. Ela
foi encontrada carbonizada dentro do próprio carro em Saquarema, no Rio
de Janeiro, a cerca de 800 metros de sua pousada, que também foi
parcialmente incendiada pelos criminosos (veja aqui).
Wallace trabalhava na pousada há 15 dias como caseiro. A polícia já
identificou que os dois, com a ajuda de um terceiro suspeito, teriam
levado R$ 15 mil em pertences como louças, itens pessoais e até um disco
de ouro que o grupo Kaoma ganhou. "Quando a ocorrência chegou para a
Polícia Militar, o suspeito (Wallace) se apresentou como vítima, como se
também tivesse sofrido o roubo, como se fosse vítima e não autor.
Começamos a suspeitar porque ele aparentou estar nervoso e depois ele
acabou confessando", disse o delegado. Os presos foram levados para o
Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio.