Uma família de Juazeiro luta para enterrar
o corpo de uma jovem que foi assassinada há dois anos e não foi
liberado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) da cidade por causa
do resultado do exame de DNA, que ainda não saiu. Segundo o DPT, o exame
é complexo e sem prazo para conclusão da análise e divulgação do
resultado.
Arlene Costa Borges foi morta pelo
cunhado, em setembro de 2014. A jovem era garçonete e desapareceu depois
de sair da lanchonete onde trabalhava. Quase dois meses depois, o corpo
dela foi encontrado no bairro Sol Levante, em Juazeiro. O suspeito,
Wellington da Cruz Bispo, está preso e confessou ter enforcado,
estuprado, matado a marretadas e enterrado o corpo de Arlene no banheiro
de uma casa em construção.
De acordo com o depoimento de Wellington à
polícia na época, a esposa dele, Cláudia Borges, irmã da vítima, era
influenciada por Arlene para trair o marido. "Eu não durmo direito, eu
não durmo. Só pensando nisso, nas coisas que aconteceram com ela e ela
ainda está em cima da terra. É muita dor para uma mãe", lamenta a mãe da
vítima, Maria Borges.
Dois anos depois do crime, a família ainda
espera enterrar o corpo de Arlene. "Eu nunca vi uma coisa dessas, um
corpo de um ser humano passar dois anos em cima da terra, sem tomar
providência nenhuma", revolta-se Francisco Borges, pai da jovem. "Não
basta o sofrimento da gente, ainda tem que sofrer com isso. Não liberar o
corpo dela, não poder ter um enterro digno, é muito triste", se
desespera Adriana Borges, irmã de Arlene.
Segundo a família, o Departamento de
Polícia Técnica em Juazeiro nunca liberou o corpo de Arlene porque falta
fazer um exame de DNA. A família diz que já procurou várias vezes a
polícia. "No complexo que eu fui com minha mãe é a mesma conversa de
sempre. Que tem que esperar a ordem em Salvador, de DNA, é a mesma
conversa", diz Adriana.
A polícia técnica disse que o corpo que
seria de Arlene Costa Borges foi encontrado em estado avançado de
decomposição, o que impediu a identificação por impressões digitais. A
identificação por arcada dentária também não foi possível porque Arlene
não tinha um prontuário odontológico. A polícia técnica informou ainda
que o único exame que pode comprovar a identidade do corpo, neste caso, é
o de DNA. "Eu quero é enterrar a minha filha e mais nada", apela a mãe.
G1 Bahia