quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Mãe luta para enterrar corpo de filha assassinada há dois anos em Juazeiro





Uma família de Juazeiro luta para enterrar o corpo de uma jovem que foi assassinada há dois anos e não foi liberado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) da cidade por causa do resultado do exame de DNA, que ainda não saiu. Segundo o DPT, o exame é complexo e sem prazo para conclusão da análise e divulgação do resultado.
Arlene Costa Borges foi morta pelo cunhado, em setembro de 2014. A jovem era garçonete e desapareceu depois de sair da lanchonete onde trabalhava. Quase dois meses depois, o corpo dela foi encontrado no bairro Sol Levante, em Juazeiro. O suspeito, Wellington da Cruz Bispo, está preso e confessou ter enforcado, estuprado, matado a marretadas e enterrado o corpo de Arlene no banheiro de uma casa em construção.
De acordo com o depoimento de Wellington à polícia na época, a esposa dele, Cláudia Borges, irmã da vítima, era influenciada por Arlene para trair o marido. "Eu não durmo direito, eu não durmo. Só pensando nisso, nas coisas que aconteceram com ela e ela ainda está em cima da terra. É muita dor para uma mãe", lamenta a mãe da vítima, Maria Borges.
Dois anos depois do crime, a família ainda espera enterrar o corpo de Arlene. "Eu nunca vi uma coisa dessas, um corpo de um ser humano passar dois anos em cima da terra, sem tomar providência nenhuma", revolta-se Francisco Borges, pai da jovem. "Não basta o sofrimento da gente, ainda tem que sofrer com isso. Não liberar o corpo dela, não poder ter um enterro digno, é muito triste", se desespera Adriana Borges, irmã de Arlene.
Segundo a família, o Departamento de Polícia Técnica em Juazeiro nunca liberou o corpo de Arlene porque falta fazer um exame de DNA. A família diz que já procurou várias vezes a polícia. "No complexo que eu fui com minha mãe é a mesma conversa de sempre. Que tem que esperar a ordem em Salvador, de DNA, é a mesma conversa", diz Adriana.
A polícia técnica disse que o corpo que seria de Arlene Costa Borges foi encontrado em estado avançado de decomposição, o que impediu a identificação por impressões digitais. A identificação por arcada dentária também não foi possível porque Arlene não tinha um prontuário odontológico. A polícia técnica informou ainda que o único exame que pode comprovar a identidade do corpo, neste caso, é o de DNA. "Eu quero é enterrar a minha filha e mais nada", apela a mãe.
G1 Bahia