sábado, 26 de novembro de 2016

Demissão de Geddel faz PSDB reforçar posição para disputar 2018



Demissão de Geddel faz PSDB reforçar posição para disputar 2018


Integrantes da cúpula do PSDB, principal partido da base aliada, minimizaram ontem os impactos da nova crise política que atingiu o Palácio do Planalto com a queda do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), mas aproveitaram o episódio para reforçar o discurso que tem como horizonte a disputa presidencial de 2018. "Diante da circunstância brasileira, depois do impeachment precisamos atravessar o rio. Isso é uma ponte, pode ser uma frágil, uma pinguela, mas é o que tem", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em outro momento, após participar de almoço com Temer, o ex-presidente disse: "Temos de chegar até uma eleição em 2018 e temos de nos unir pelo Brasil". O ministro José Serra (Relações Exteriores) evitou dar declarações à imprensa sobre a demissão de Geddel, mas adotou a mesma linha do ex-presidente ao discursar no evento do partido. "Assumimos essa responsabilidade e agora temos de ir até o final. Isso não significa deixar de ter opinião própria. Temos de trabalhar para que linhas corretas sejam adotadas." Apesar de o partido manter uma atitude "amigável" neste momento com o atual governo, integrantes da cúpula do PSDB, contudo, insistiram no recado eleitoral, afirmando que a legenda precisa estar pronta para a próxima disputa presidencial. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), chegou a estabelecer uma data para a legenda intensificar a pré-campanha pelo comando do País. "Estamos a partir do 1.º de janeiro, com a posse dos novos prefeitos e atuação no Congresso Nacional, nos preparando para fazer aquilo que é necessário para o Brasil, vencer as eleições e governar o Brasil com decência, com ética, e com eficiência", ressaltou o senador. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tratou a nova crise do governo Temer como uma questão restrita ao âmbito "federal", mas também aproveitou a ocasião para ressaltar que chegou o "tempo do PSDB". "Vitor Hugo (escritor francês do século 19) dizia que nada é mais poderoso do que uma ideia que chega no momento certo. E eu vejo que volta de novo o tempo, o tempo do trabalho, da honestidade, da competência, o tempo do PSDB", afirmou. Apesar do clima de campanha que tomou o evento em razão da instabilidade do atual governo, Fernando Henrique Cardoso aproveitou a presença de Alckmin, Serra e Aécio, potenciais candidatos presidenciais em 2018, e lembrou da necessidade de união do partido para se chegar à vitória na próxima eleição. "Esses vários líderes têm de ter capacidade de se unir e, aí sim, o PSDB vai dar o próximo presidente da República e vai sustentar essa transição até que em 2018 possamos com tranquilidade dizer: o povo venceu." Após o encontro, parte da cúpula do PSDB foi recebida para um almoço por Temer, no Palácio do Alvorada. Segundo relatos, percebia-se um clima de tensão no evento."E eu vejo que volta de novo o tempo, o tempo do trabalho, da honestidade, da competência, o tempo do PSDB."