terça-feira, 25 de outubro de 2016

Briga de cachorro grande





Fragilizado na investida que a Polícia Federal fez nas dependências da Polícia Legislativa do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), comprou briga com o presidente Temer (PMDB) ao se confrontar com o ministro da Justiça. Para Renan, o ministro Alexandre de Moraes, "não tem se comportado como ministro de Estado". Renan disse, ainda, que Moraes está "falando mais do que devia, dando bom dia a cavalo".
Na última sexta (21), a Polícia Federal deflagrou a Operação Métis, na qual foram presos policiais legislativos suspeitos de prestar serviço de contra inteligência para ajudar senadores investigados em operações da PF, como a Lava Jato. Ao avaliar a operação, em um evento em Brasília, o ministro da Justiça disse que as investigações apontam que esses agentes atuaram para obstruir a Justiça, além de, "em tese", extrapolar suas competências.
"É lamentável que isso aconteça num espetáculo inusitado, que nem a ditadura militar o fez, com a participação do ministro [Alexandre de Moraes] do Governo Federal, que não tem se portado como um ministro de Estado. No máximo, tem se portado como ministro circunstancial de governo, chefete de polícia", disse Renan, bastante irritado com as declarações do ministro.
"Eu lamento que o ministro [da Justiça] tenha se portado sempre da mesma forma, falando mais do que devia, dando bom dia a cavalo", completou o senador. Renan acrescentou ainda que, em uma reunião que teve com o presidente da República, Michel Temer, não chegou a sugerir a substituição do ministro porque, disse, não cabe ao presidente do Congresso fazer isso.
AÇÃO NO SUPREMO – Renan anunciou que moverá uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da Operação Métis. Segundo ele, o objetivo dessa ação, uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), é definir "claramente" a competência dos poderes. A Operação Métis foi deflagrada pela Polícia Federal após autorização do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, para quem são "gravíssimos" os indícios contra os policiai que batem o ponto na Policia Legislativa do Senado.