terça-feira, 3 de maio de 2016

Temer corre para mudar comando do Banco Central


Gabriel Garcia
De Brasília
O vice-presidente Michel Temer corre contra o relógio para acertar os ponteiros da economia brasileira. Com o time montado, o peemedebista trocará a diretoria do Banco Central, seguindo orientação do futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

O que preocupa o vice-presidente é o momento da mudança. Ele pretende realizá-la antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 7 e 8 de junho. O tempo, no entanto, não está favorável a Temer.

Na próxima semana (11 de maio), o Senado vota, em plenário, a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se o afastamento de Dilma, por até 180 dias, ocorrer a partir de 12 de maio, Temer pode submeter no dia seguinte ao Senado o nome do presidente do Banco Central e de alguns de seus diretores.

Levantamento da empresa de consultoria política Arko Advice mostra que, com exceção de Henrique Meirelles – análise recorde (dois dias) –, a aprovação de presidentes e diretores do BC demora em torno de duas semanas, entre a indicação e a votação no plenário do Senado. A de Armínio Fraga levou nove dias; a de Alexandre Tombini, 12. Os diretores Otávio Ribeiro Damaso e Tony Volpon esperaram 15 dias.

Serão três semanas entre o afastamento de Dilma e a próxima reunião do Copom. Tecnicamente, existe a possibilidade de o novo presidente da Autoridade Monetária e de alguns diretores serem aprovados pelo Senado a tempo de participar da reunião de junho.

Não bastasse o tempo curto, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado é presidida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Temer prevê atraso no agendamento da sabatina e/ou escolha de um relator.