Do G1 Paraná
Segundo o advogado, ele respondeu a todas as perguntas de Sérgio Moro.
Ex-ministro foi ouvido pela primeira vez em processo da Lava Jato.
Ex-ministro foi ouvido pela primeira vez em processo da Lava Jato.
Durou
quase três horas o depoimento do ex-ministro José Dirceu à Justiça
Federal, nesta sexta-feira (29). Ele foi ouvido na condição de réu em um
dos processos originários da Operação Lava Jato. Esta foi a primeira
vez que ele ficou frente a frente com o juiz Sérgio Moro,
que conduz as ações da operação. Na saída, o advogado Roberto Podval,
que o representa, disse que o ex-ministro reconheceu ter recebido
dinheiro do lobista Milton Pascowitch. No entanto, falou que essa
quantia foi usada apenas para uma reforma em um apartamento do irmão. O
pagamento, segundo Podval, foi realizado em troca da amizade que o
lobista mantinha com Dirceu. Ainda conforme o advogado, o dinheiro não
era relacionado ao pagamento de propina.
Ainda
sobre a reforma do apartamento, investigada na denúncia apresentada
pelo Ministério Público Federal (MPF), Podval disse que o ex-ministro
não recebeu diretamente o dinheiro. Segundo ele, os valores foram pagos
por Pascowitch diretamente à arquiteta que executou a obra e que também
havia sido indicada pelo lobista
Sobre
as viagens ao exterior pagas por empresas, Podval disse que o
ex-ministro reconheceu ter ido a outros países, em busca de contratos
para empresas nacionais. No entanto, afirmou que todos os trabalhos
foram registrados pela JD Consultoria, a empresa que o Dirceu mantinha
com o irmão, também réu na Lava Jato.
Em relação à compra de imóveis em nome de terceiros, José Dirceu afirmou à Justiça, segundo o advogado, que isso foi feito para evitar o pagamento de ágio.
Podval
disse que Dirceu reconheceu que pode ter errado ao receber o dinheiro
de Pascowitch para a reforma do apartamento do irmão dele. Contudo, o
ex-ministro disse que vai cumprir qualquer pena a que possa ser
submetido, ainda que não concorde com ela. "Ele não vai delatar ninguém,
porque não é o perfil dele, não é a vida dele, não é a cara dele e ele
vai cumprir a pena que for, justa ou injusta", disse o advogado.