A
Polícia Federal vem conduzindo uma ampla investigação a partir de
denúncias feitas pelo empresário J. Hawilla, dono da Traffic, ao FBI. A
informação é da colunista Sonia Racy, que aponta que a proposta é não
deixar 'pedra sobre pedra'. A
investigação global teve início com o escândalo de corrupção no
futebol, que resultou na prisão de altos dirigentes da Fifa, atingindo o
ex-presidente da CBF José Maria Marin, mas passa por contratos de
transmissão firmados entre Hawilla e a Rede Globo, dos irmãos Marinho. A
emissora tem os direitos de transmissão de todos os torneios do Brasil,
mesmo quando paga menos aos organizadores.
Réu
confesso no processo, Hawilla revelou neste mês à Justiça Americana
que, desde 1991, tem a prática de pagar propinas por contratos de
direitos de transmissão de competições oficiais. E disse ter consciência
de que a prática era ilegal. As confissões são relatadas em documentos
liberados há 15 dias pelas autoridades dos EUA.
Segundo
o empresário brasileiro, o pagamento de propina a dirigentes ligados à
Fifa e à Conmebol era feito por ele desde 2013. Os documentos apontam
que o dono da Traffic selou contratos de direitos de transmissão de
competições como Copa América, Copa Ouro e Copa do Brasil, além de
patrocínios à Seleção Brasileira, por meio dessa prática.
Nesta
semana, Marin aceitou ser extraditado aos Estados Unidos, onde ficará
preso em seu próprio apartamento, em Nova York, com vista para a
badalada 5ª Avenida. A princípio, quando foi detido, em junho deste ano,
negou todas as acusações de envolvimento com esquemas de corrupção no
futebol, mas depois mudou o tom e mostrou apenas frustração com J.
Hawilla, que o gravou pedindo propinas para a Copa do Brasil.
Relação com a Globo
A
relação entre Hawilla e a Globo, no entanto, vai além de contratos de
transmissão de competições de futebol. O empresário é dono da TV TEM,
afiliada da emissora, sócio de João Roberto Marinho, filho de Roberto
Marinho e responsável pelo jornal O Globo, na TV Aliança Paulista. Outra
sociedade de Hawilla é formada com o executivo Paulo Daudt Marinho,
filho de José Roberto Marinho e diretor do canal Gloob, na TV São José
do Rio Preto.
Em
seu noticiário sobre o escândalo de corrupção no futebol, a Globo tem
informado que grupos de mídia não estão envolvidos no esquema