O doleiro Alberto Youssef, delator no caso da operação Lava Jato,
afirmou, em novo depoimento à Justiça Federal, hoje, que entregou cerca
de R$ 800 mil para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O dinheiro
seria fruto de propina paga no contrato para obras do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), entre 2009 e 2010.
O valor, segundo o doleiro, foi dividido em dois – metade, diz ele,
foi deixado na porta do diretório nacional do partido, localizado na Rua
Silveira Martins, em São Paulo. A outra metade foi retirada no
escritório de Youssef.
Por conta de um processo sobre operações ilegais de câmbio realizadas
pelo laboratório Labogen – empresa que ele tentou infiltrar no
Ministério da Saúde na gestão do então ministro Alexandre Padilha (PT) –
Youssef disse que fez dois pagamentos para o tesoureiro "a mando da
Toshiba (Infraestrutura)".
"Eu entreguei esse valor pessoalmente. O segundo valor foi entregue
na porta do diretório do PT nacional pelo meu funcionário Rafael Ângulo
para o funcionário da Toshiba para que ele pudesse entregar o valor para
o Vaccari", afirmou Youssef em seu depoimento.
Para o jornal "O Estado de S. Paulo", o tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto, afirmou por meio de seu advogado, Luiz Flávio Borges
D'Urso, que repudia as acusações. D'Urso tem reiterado que o tesoureiro
só arrecadou quantias declaradas à Justiça eleitoral. O criminalista
rechaça o valor dos depoimentos prestados em regime de delação premiada.
Segundo D'Urso, os delatores "não dizem a verdade".