O juiz federal Sérgio Moro afirmou no despacho que determinou a prisão
do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, que, mesmo após a
deflagração da Lava Jato, o ex-diretor continuou cometendo crime de
lavagem de dinheiro, já que teria ocultado valores oriundos de propina
em contas secretas no exterior, através de empresas offshore. Na opinião
do juiz, os 20 milhões de euros que foram bloqueados em bancos na Suíça
e em Mônaco não são compatíveis com o patrimônio do investigado. “Não
há qualquer afronta ou contrariedade à decisão anterior de soltura de
Renato Duque pelo Supremo Tribunal Federal [STF], já que a preventiva
ora decretada assenta-se não só em fato novo, mas também em fundamentos
diversos, o risco a ordem pública. A decisão é consistente com as
decisões do próprio STF que tem denegado a revisão das preventivas
decretadas com base em risco à ordem pública em relação a outros
investigados ou acusados na assim denominada Operação Lava Jato",
justificou Moro. Com esta avaliação, Moro afirmou que a decisão de
determinar a prisão de Duque não afronta a determinação do Supremo
Tribunal Federal (STF) que, em dezembro do ano passado, concedeu
liberdade a Duque. O ex-diretor foi preso nesta segunda (16) pela
Polícia Federal, no Rio de Janeiro. A prisão faz parte da 10ª fase da
Operação Lava Jato.