Eduardo
Salles é um dos quatro deputados estaduais baianos escolhidos para representar
o Estado no movimento União Pelo Nordeste,
que pretende cobrar ao governo federal recursos para melhorias na região,
principalmente no que diz respeito à questão da crise hídrica. "Acho que o
movimento vai ter uma caminhada longa e efetiva. A iniciativa de unir as
Assembleias Legislativas dos estados nordestinos é inédita e muito
importante", parabenizou o parlamentar.
O
movimento União Pelo Nordeste foi
apresentado nesta quinta-feira (26) aos parlamentares baianos em uma sessão da
Comissão de Agricultura e Política Rural da ALBA (Assembleia Legislativa da
Bahia), com a participação dos deputados pernambucanos Claudiano Filho, Miguel
Coelho, Rodrigo Novaes e Oldaci Amorim, idealizadores do projeto.
O
grupo percorrerá todo o Nordeste para apresentar o movimento e recrutar
representantes de cada estado. Além de Eduardo Salles, os deputados Zó, Adolfo
Viana e Luciano Simões Filho vão representar a Bahia.
OBJETIVO
O Fórum União Pelo Nordeste tem como principal
objetivo promover o debate sobre os problemas socioeconômicos que atingem as
áreas mais carentes da região, em especial as que são afetadas pela seca.
Para
Eduardo Salles, o movimento pode ajudar a solucionar os problemas no Vale do
São Francisco, que atravessa um momento crítico. "A região deve ser vista
como um todo. Os estados devem se unir para encontrar soluções para o problema
do Vale, e não pensar apenas nas questões locais", opinou o deputado, que
já tem ideias para os próximos passos do movimento. "Temos que levar
propostas concretas e materiais técnicos ao governo federal".
O
movimento não se identifica com nenhum partido político. "É uma luta
suprapartidária. Vamos formar uma pauta conjunta de todo o Nordeste",
disse o deputado Vitor Bonfim, presidente da Comissão de Agricultura e Política
Rural da ALBA.
LAGO DE SOBRADINHO
Atualmente,
o Lago de Sobradinho se encontra com apenas 17% de sua capacidade. No mesmo mês
do ano passado, o volume útil era superior a 50% e, segundo dados do Operador
Nacional do Sistema, em agosto a barragem deve entrar no seu volume morto.
"Fui secretário de Agricultura por seis anos e convivo com irrigação há
muito tempo, pois sou formado em agronomia, e nunca vi situação igual. Não
podemos esperar que o caos se instale para então tomarmos providências",
se preocupa Eduardo Salles.
A
região do Vale do São Francisco tem mais de 120 mil hectares irrigados e a seca
ameaça 240 mil empregos gerados pela agricultura. A solução emergencial,
apontam os deputados, é a construção de flutuantes que, no futuro, bombearão a
água para canais. Para isso, é necessário um investimento cerca de R$ 100
milhões, que será solicitado pelo grupo junto ao BNDES.