O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta segunda-feira (2) que a CPI da Petrobras,
recém-instalada, investigue somente a partir do período do governo Lula
(2003-2010) e não tenha o foco ampliado para a era do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), como querem petistas. Cunha
argumentou que o requerimento que deu origem à comissão especifica que a
apuração seja feita a partir de 2005, já no governo Lula, e que, pelo
regimento seria preciso apresentar outro requerimento.
“A
ementa que lá está tem que ser cumprida, seja do escopo de
investigação, seja do prazo, seja de tudo. É muito claro para mim a
interpretação regimental: se quiserem fazer uma CPI diferente do que
está lá, tem que fazer outro requerimento de CPI”, disse Cunha. “Essa é a
minha opinião como regimentalista.”
Na
semana passada, o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ), manifestou a
intenção de investigar desvios na estatal desde o período do governo
FHC. O discurso do PT se baseia no depoimento do ex-gerente da Petrobras
Pedro Barusco à Polícia Federal em que afirmou que começou a receber
propina da empresa holandesa SBM Offshore entre 1997 e 1998, durante a
gestão tucana.
Se o pedido petista for rejeitado no plenário da comissão, os deputados poderão recorrer ao presidente da Câmara,
que já deu sinais de que manterá o foco da investigação a partir de
2005. “Eu sou regimentalista. Eu decidi a [CPI] da Petrobras de acordo
com o regimento, [então] sou favorável que se cumpra o regimento. Agora,
cada um tem o direito de fazer o que quiser. Se alguém recorrer, eu vou
decidir com o regimento”, afirmou Cunha.