Os contratos firmados entre a "Projeto", empresa de consultoria do
ex-ministro Antonio Palocci, e as empreiteiras que fizeram negócios com a
Petrobras podem ter sido usados para desviar cerca de R$ 100 milhões
aos cofres do Partido dos Trabalhadores. De acordo com informações da
revista Isto É, a pedido da Procuradoria Geral da República está em
curso na Justiça Federal do Paraná uma investigação sobre a participação
de Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, no esquema de
corrupção da Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato. “Vamos
demonstrar que, assim como o ex-ministro José Dirceu, Palocci trabalhou
para favorecer grupos privados em contratos feitos com a Petrobras e
canalizou ao partido propinas obtidas a partir de recursos desviados da
estatal”, disse um dos procuradores que atuam no caso à revista. Para
aprofundar as investigações sobre os contratos da empresa de
consultoria, os procuradores devem solicitar nas próximas semanas ao
Juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, a quebra dos
sigilos bancários e fiscal de Palocci. Ainda segundo a publicação, o
Ministério Público e a Polícia Federal suspeitam que as consultorias
prestadas pelo ex-ministro tenham servido para desviar recursos para a
campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2010 - acusação
presente nos depoimentos de delação premiada do ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa. Na última semana, deputados
do PSDB e do PPS que integram a CPI da Petrobras na Câmara ingressaram
com requerimento para que Palocci seja convocado a depor.