Filiado há 30 anos no Partido dos
Trabalhadores, o senador Paulo Paim (RS) demonstrou descontentamento com
a política econômica adotada pelo governo Dilma Rousseff (PT), em
entrevista ao site da revista VEJA, e disse estar disposto a deixar a
legenda caso não haja negociação sobre as questões que envolvem o pacote
de ajuste fiscal elaborado pelos ministérios da Fazenda e Planejamento.
Recentemente, Paim apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
consultas sobre regras de migração partidária e admitiu que pode se
filiar ao PMDB, PDT ou PSB e até mesmo fundar uma nova sigla, caso o
governo aprove, no Congresso Nacional, medidas que endurecem as regras
para concessão de benefícios trabalhistas. "Eu fiquei constrangido e
perplexo com as duas medidas provisórias que tiram direito dos
trabalhadores. E essa não é uma reação só minha, é de todas as centrais,
de todas as confederações, sindicatos, associações de trabalhadores,
que não concordam com o que o governo fez", lamentou o senador. Paim
avalia que o governo Dilma deve ficar "em uma situação muito difícil se
não buscar uma saída negociada nessas medidas trabalhistas". "Queiramos
ou não, a população se sente enganada. Essa população que tanto nos
apoiou e que sempre votou no PT se sente enganada", afirmou o petista.