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De
 Codó, no Maranhão, Estado do clã Sarney, Genoveva da Silva Oliveira, 58
 anos, mora em Samambaia, nos arredores de Brasília, há mais de 20 anos.
 Mas desde 1991, quando o ex-presidente José Sarney tomou posse como 
senador eleito no Amapá, ela faz uma vigília de pelo menos dois dias na 
saída do Congresso para abraçar seu ídolo.
Ao
 sair ontem do Congresso, no final da tarde, pude testemunhar, 
pessoalmente, a tietagem de Genoveva. Sarney caminhava em direção ao 
carro que o esperava em frente à rampa quando se deparou, mais uma vez, 
com a conterrânea, que porta vários adereços do ex-presidente, como 
fotos, reportagens em jornais e revistas e até um crucifixo, segundo 
ela, dada por ele.
“Não
 fosse esse homem, eu não seria nada”, disse Genoveva, adiantando que 
até uma casa ganhou de Sarney, mas teve que se desfazer mais adiante por
 causa de um conflito no casamento. Os assessores do senador, que está 
se despedindo do Congresso por não ter disputado à reeleição, conhecem 
Genoveva de velhos carnavais.
“Quase
 todos os dias ela chega com recortes novos de jornais e revistas e faz 
questão de abraçar o ex-presidente”, conta Lima Júnior, 
chefe-de-gabinete de Sarney. Genoveva, segundo ele, é uma mulher 
sofrida, sozinha na vida e extremamente agradecida pelo pouco que Sarney
 fez em seu favor.
Na
 hora do reencontro de Sarney, ontem, com Genoveva, o ex-presidente foi 
extremamente simpático. “Olha, a dona Genoveva ali, apontando para a 
figura que caminhava em sua direção saindo do estacionamento externo do 
Senado, onde costuma ficar, cheia de recortes de jornais exibindo o seu 
ídolo.
Como
 de costume, deu um abraço nela, perguntou como estavam as coisas e se 
não tinha notícias dos seus parentes no Maranhão. Contando os dias do 
seu último mandato no Congresso, o ex-presidente não resolveu ainda se 
vai continuar morando em Brasília ou regressa definitivamente ao 
Maranhão para se dedicar ao que mais gosta: literatura.
 
