sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Marina diz que não quer entrar no 'vale tudo' para vencer a eleição

Candidata do PSB comentou resultado da última pesquisa Datafolha.
Levantamento mostrou que a ex-senadora perdeu três pontos percentuais.


Marina Silva concede coletiva de imprensa em São Bernardo do Campo ao lado de seu candidato a vice, Beto Albuquerque, e da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) (Foto: Letícia Macedo / G1)

 
Marina concedeu entrevista coletiva em São Bernardo do Campo ao lado de seu candidato a vice, Beto Albuquerque, e da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) (Foto: Letícia Macedo / G1)
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (19) que, apesar de ter perdido pontos nas últimas pesquisas eleitorais, não pretende mudar o rumo de sua campanha eleitoral. A presidenciável ressaltou durante agenda eleitoral em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que não quer entrar no "vale tudo" para vencer a eleição de outubro.
“Eu que eu pretendo fazer junto com o Beto [Albuquerque, candidato a vice] e com a nossa aliança é continuar apresentando propostas, falando a verdade, não fazendo agressões. Não as mentiras e as calúnias que tem sido feitas contra mim. Vamos continuar fazendo uma campanha limpa, comprometida com a democracia. Não queremos entrar no vale tudo para ganhar a eleição”, disse Marina em entrevista coletiva no município que é o berço político do Partido dos Trabalhadores (PT).
Pesquisa Datafolha* divulgada nesta sexta aponta que a candidata do PSDB perdeu três pontos percentuais em comparação com o último levantamento do instituto. Na pesquisa anterior do Datafolha, divulgada no dia 10, Marina tinha 33% das intenções de voto. Já o levantamento desta sexta mostrou a ex-senadora com 30%.
 
(PT), por outro lado, oscilou de 36% para 37% no Datafolha. O candidato do PSDB Aécio Neves ganhou dois pontos percentuais da pesquisa de 10 de setembro para esta última, passando de 15% para 17%.
Questionada sobre se estava preocupava com o aumento da vantagem da presidenciável petista sobre ela, Marina foi taxativa. “Não estou preocupada. Para mim, estamos dando uma contribuição cidadã. Nesse momento, estamos tranquilos. Vamos continuar fazendo o debate. Não vamos combatê-los com as mesmas armas”, enfatizou.
Ao final da entrevista, Marina participou de um ato público em frente à igreja matriz de São Bernardo. Egressa do PT, a candidata destacou em seu discurso o papel histórico que aquela praça teve na luta contra ditadura militar. Em razão do peso simbólico daquele local, ela disse que fez questão de ir até lá como candidata à Presidência para assegurar que, se eleita, irá dar continuidade às conquistas sociais das últimas décadas.
A Praça da Matriz, no centro de São Bernardo, foi ponto de concentração de trabalhadores durante as greves lideradas pelo ex-presidente e então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 no ABC.
“Nós sabemos que nesta praça, na frente desta catedral, tivemos lutas históricas pela conquista da democracia, pela renovação do sindicalismo, nos movimentos contra a carestia na década de 1970. Agora, fizemos questão de vir até aqui para dizer que o nosso compromisso em continuar avançado nas conquistas que o povo brasileiro a duras penas alcançou”, ressaltou Marina em seu discurso.
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'Basta na corrupção'
Apesar de estar no berço político do PT, Marina Silva aproveitou seu pronuncamento na praça matriz de São Bernardo para criticar a atual gestão petista no governo federal. “Nós vamos ganhar a Presidência do Brasil para dar um basta na corrupção, um basta na incompetência que fez nosso país parar de crescer, ameaça o emprego”, alfinetou.
Ela também ironizou o fato de políticos como o senador José Sarney (PMDB-AP) e o deputado Paulo Maluf (PP-SP) apoiarem sua adversária do PT. “Nós estamos aqui para dizer que eles [integrantes do PT] pararam. Abriram mão dos princípios. Eles estão juntos com Sarney, Collor, Maluf, Jader Barbalho. Nós é que somos a verdadeira mudança”, disse.
Na cidade que reúne várias montadoras de veículos e metalúrgicas, a candidata do PSB também atacou a atual política industrial do país. “Vamos proteger a indústria brasileira, que no governo da Dilma, está sendo reduzida a pó”, destacou Marina.
* O Datafolha ouviu 5.340 eleitores em 265 municípios nos dias 17 e 18 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00665/2014.