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 Apesar
 da perda de algum oxigênio, Marina Silva ainda pode ser tida como 
vitoriosa no segundo turno das eleições presidenciais. O problema, para 
ela, é se seus percentuais continuarem na baixa. Revelada anteontem, a 
pesquisa do Datafolha indica empate técnico com Dilma Rousseff. A semana
 termina com uma informação negativa para a presidente: ela teria 
desistido de apresentar seu programa de governo, devido a divergências 
com os diversos grupos do PT. Faltou coragem para enfrentar críticas 
daqueles que tiverem sido derrotados em suas sugestões.
Pior a emenda do que o soneto, diriam nossos avós. A 
conclusão a tirar é de que o segundo mandato, se for conquistado, será 
igual ao primeiro. No que se refere às leis trabalhistas, continuará 
tudo como está, quer dizer, nenhum avanço. Quanto a recuos e supressões,
 exigências do empresariado, fica a dúvida. Ora Dilma admite que novas 
relações de trabalho impõem nova legislação, ora jura que não reduzirá 
direitos do trabalhador. Pode estar, com sua indecisão, desagradando 
patrões e empregados.
Um dos males da reeleição é esse: presidentes, 
governadores e prefeitos não podem disputar votos prometendo grandes 
mudanças. Seria confessar fracasso no primeiro mandato. (Por  Carlos  Chagas)
 
