domingo, 21 de setembro de 2014

Dilma sem coragem





 Apesar da perda de algum oxigênio, Marina Silva ainda pode ser tida como vitoriosa no segundo turno das eleições presidenciais. O problema, para ela, é se seus percentuais continuarem na baixa. Revelada anteontem, a pesquisa do Datafolha indica empate técnico com Dilma Rousseff. A semana termina com uma informação negativa para a presidente: ela teria desistido de apresentar seu programa de governo, devido a divergências com os diversos grupos do PT. Faltou coragem para enfrentar críticas daqueles que tiverem sido derrotados em suas sugestões.
Pior a emenda do que o soneto, diriam nossos avós. A conclusão a tirar é de que o segundo mandato, se for conquistado, será igual ao primeiro. No que se refere às leis trabalhistas, continuará tudo como está, quer dizer, nenhum avanço. Quanto a recuos e supressões, exigências do empresariado, fica a dúvida. Ora Dilma admite que novas relações de trabalho impõem nova legislação, ora jura que não reduzirá direitos do trabalhador. Pode estar, com sua indecisão, desagradando patrões e empregados.
Um dos males da reeleição é esse: presidentes, governadores e prefeitos não podem disputar votos prometendo grandes mudanças. Seria confessar fracasso no primeiro mandato. (Por  Carlos  Chagas)