Faltando
apenas 16 dias para as eleições, a presidente Dilma, que disputa à
reeleição, recebeu, ontem, duas péssimas notícias, que certamente serão
exploradas pela oposição na propaganda eleitoral: o aumento do
desemprego e o crescimento da desigualdade, principalmente nos bolsões
de miséria do Norte e Nordeste.
O
Índice de Gini, que mede a distribuição da renda, passou de 0,496 em
2012 para 0,498 em 2013. Embora a variação seja pequena, o índice voltou
para o mesmo patamar de 2011, interrompendo uma trajetória de queda
desde 2001. O Nordeste apresentou o maior nível de desigualdade na
distribuição do rendimento do trabalho (0,523).
No
Piauí, foi registrado o pior resultado do país: 0,566. Esse índice é
uma medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia
de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima).
Já
a taxa de desemprego teve, em 2013, o seu primeiro aumento desde 2009,
de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Do
total da população ativa, 6,5% estavam desempregados no ano passado,
segundo a versão mais recente da Pnad, que é anual e foi divulgada hoje.
Em 2012, a taxa era de 6,1%.
No
Brasil, a taxa de desocupação passou de 7,1% em 2008 para 8,3% em 2009,
segundo a Pnad. Isso mostra que o Governo Dilma não conseguiu manter o
mesmo ritmo de geração de postos de trabalho na era Lula.
Faz
lembrar o ex-governador Eduardo Campos, que dizia em suas pregações
quando tratava de economia: Dilma será a única presidente de um ciclo de
quase 20 anos que vai passar o País ao sucessor pior do que recebeu.
Mesmo assim, a propaganda eleitoral da presidente insiste em mostrar o Brasil pinçado pelas cores do irrealismo.
TENSÃO–
O ambiente é de muita tensão no comando da campanha da presidente
Dilma, relata de Brasília o companheiro Ilimar Franco. Uma cena no
debate da CNBB foi eloquente. O candidato Pastor Everaldo (PSC) fez uma
pergunta sobre corrupção na Petrobras para Aécio Neves. Ele mal tinha
terminado de formular a questão e João Santana, que comanda o marketing
petista, corria em direção ao púlpito para pedir direito de resposta.