Mensageiro do Hotel St. Peter era mantido algemado e com um colete que conteria explosivos. Criminoso se entregou à polícia
Após quase sete horas, terminou na tarde desta segunda-feira o
sequestro de um funcionário do Hotel St. Peter, no Setor Hoteleiro Sul
de Brasília. José Ailton de Souza, de 49 anos, era mantido algemado
desde as 9 horas por Jac Souza Santos, de 30 anos, natural do Tocantins.
A vítima vestia um colete em que o sequestrador afirmava haver
explosivos. Santos se entregou à polícia por volta das 16 horas. Ele foi
levado em uma viatura para a 5ª Delegacia de Polícia do DF. Segundo o
delegado Pedro Paulo Almeida, a arma que o sequestrador usava era falsa.
As supostas bananas de dinamite também. Santos escolheu o 13º andar do
hotel justamente em alusão ao PT, partido do qual é crítico. Ele também
pedia a extradição do terrorista italiano Cesare Battisti, a realização
de uma reforma política e a aplicação efetiva da Lei da Ficha Limpa.
O local foi esvaziado e o perímetro que cerca o estabelecimento foi cercado pela polícia. Homens do Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil permaneceram todo o tempo dentro do hotel; três negociadores da corporação interagiram diretamente com Jac durante o período. "Os negociadores mostraram que a única saída era a rendição", diz o delegado Pedro Paulo de Almeida, chefe da Divisão de Comunicação da Polícia Civil. Além deles, familiares do sequestrador participaram da negociação - segundo a polícia, a distância.
O local foi esvaziado e o perímetro que cerca o estabelecimento foi cercado pela polícia. Homens do Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil permaneceram todo o tempo dentro do hotel; três negociadores da corporação interagiram diretamente com Jac durante o período. "Os negociadores mostraram que a única saída era a rendição", diz o delegado Pedro Paulo de Almeida, chefe da Divisão de Comunicação da Polícia Civil. Além deles, familiares do sequestrador participaram da negociação - segundo a polícia, a distância.
Segundo Alaídes Alves, tia do sequestrador, ele já havia afirmado em
janeiro que faria uma "surpresa". Jac sempre foi envolvido com a
política. Em 2008, disputou uma vaga na Câmara de Vereadores da cidade
de Combinado (TO) pelo PP. Aos policiais, ele entregou uma gravação em
que pede desculpas e pede mudanças na política. Na casa dele em
Tocantins, investigadores encontraram cartas em que ele se despede da
família, pede desculpas e afirma que agiu por desespero. "Foi
tudo planejado porque ele gravou no dia 19 e as cartas são do dia 26",
afirma o delegado Almeida.
Do lado de fora do hotel, havia agentes do Corpo de Bombeiros, do
Batalhão de Ações Especiais da PM, do Esquadrão de Bombas, da Polícia
Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ao todo, 150
pessoas participaram da operação.
Jac estava em Brasília desde sábado, mas só entrou no hotel por volta
das 6h desta segunda. Cerca de três horas depois, ele imobilizou o
funcionário, um mensageiro, no 13º andar do prédio e bateu à porta de
outros hóspedes dizendo ser um terrorista - as autoridades descartam,
porém, qualquer ligação dele com grupos internacionais. Com a chegada
das autoridades, todos os hóspedes e funcionários foram obrigados a
deixar o local. Segundo a Polícia Civil, o homem aparentemente sofreu um
surto. O hotel é um dos mais importantes de Brasília e fica à beira do
Eixo Monumental, a via mais importante da capital federal.
Com certa frequência, o sequestrador aparecia com o refém na sacada
de um dos apartamentos e obrigava o refém a erguer os braços para exibir
o colete onde haveria explosivos.