sábado, 20 de setembro de 2014

A tática para livrar a cara de vereadores de Caruaru





 A divulgação, esta semana, de trechos de escutas policiais da Operação Ponto Final, que apura cobrança de propina por vereadores de Caruaru para aprovação de projetos de lei, movimentou o caso, que segue sob investigação policial. A estratégia dos acusados é fortalecer a versão deles e para isso levaram a público, durante uma sessão, conversas do então secretário de Relações Institucionais da cidade, Marcos Casé, com pessoas da prefeitura minutos antes da prisão dos legisladores e no dia seguinte. 

Nas gravações, eles falam sobre a aprovação do projeto para a instalação do BRT na cidade e se mostram surpresos com o resultado favorável da votação. Eles também cancelam uma reunião prevista para ocorrer no dia seguinte, caso houvesse rejeição do projeto. “Como a gente votou a favor, eles ficaram surpresos. Se a gente tivesse recebido dinheiro para aprovar o projeto, eles não teriam ficado surpresos”, comentou um dos vereadores acusados, Sinvaldo Oliveira (PT). 

O vereador ressalta uma frase dita no áudio, que indica que os secretários já sabiam que haveria a prisão e dão a entender que algo teria “dado errado”. “Um deles falou: ‘Agora não tem jeito, eles vão ser presos’”. A Operação Ponto Final prendeu 10 vereadores no fim do ano passado. O grupo foi solto pouco tempo depois e, em seguida, retomou as atividades na Câmara.