Paulo Roberto Costa
tem tudo para ficar em silêncio no depoimento, amanhã, à CPI mista da
Petrobras. Qualquer coisa diferente disso será uma bomba para o Palácio
do Planalto e a base aliada. A boca fechada não é garantia de que Paulo
Roberto Costa escapará da pancadaria. Ricardo Berzoini
sabe da bomba que pode estar por vir no depoimento de Paulo Roberto
Costa à CPI mista da Petrobras. Berzoini conversou por meia-hora, hoje
de manhã, com Vital do Rêgo no Palácio do Planalto.
Caso
decida ficar calado, Vital do Rêgo pode suspender o depoimento e
liberar PRC ou abrir para as perguntas dos parlamentares. Neste caso, o
ex-diretor sangrará mudo, diante do bombardeio.
Quem
acompanhou a CPI de Carlinhos Cachoeira, dois anos atrás, lembra da
sessão em que suas excelências passaram mais de uma hora descendo a
borduna no bicheiro, que permaneceu sem dar um pio – em algumas
ocasiões, apenas ria.
Se
o episódio se repetir, embora haja espaço para todo mundo usar a
reunião do colegiado de palanque, não resta dúvidas de que o ônus para o
aliados de Dilma Rousseff é maior.
A
avaliação é que, mesmo se recusando a repetir informações contidas na
delação premiada, caso PRC fale o que quer que seja numa sessão aberta, a
imprensa fará um carnaval com as declarações do bombástico ex-diretor.
A
possibilidade de uma sessão fechada – sem jornalistas – também assusta.
Esse cenário permitirá à oposição vazar o que e como quiser as frases
de Costa ouvidas a portas trancadas.
Ou
seja, apenas o silêncio de PRC – que deverá se confirmar amanhã – pode
não prejudicar ainda mais as candidaturas da base aliada e, lógico, de
Dilma Rousseff. (Lauro Jardidm - Veja Online)