Quem é
ela? Meire era a contadora do doleiro Alberto Yousseff. Meire viu, ouviu
e participou de algumas das maiores operações do grupo acusado de lavar
R$ 10 bilhões de dinheiro desviado de obras públicas e destinado a
enriquecer políticos corruptos e a corromper outros com pagamento de
subornos. Qual era a fonte privilegiada da mamata? Prefeituras do PT.
Meire Poza
viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras, sendo
embarcadas em aviões e entregues nas mãos de políticos. Durante dois
anos, Meire manuseou notas fiscais frias, assinou contratos de serviços
inexistentes, montou empresas de fachada, organizou planilhas de
pagamento. Ela deu ares de legalidade a um dos esquemas de corrupção
mais grandiosos desde o mensalão.
Meire sabe
quem pagou, quem recebeu, quem é corrupto, quem é corruptor. Conheceu
de perto as engrenagens que faziam girar a máquina que eterniza a mais
perversa das más práticas da política brasileira. Meire Poza era a
contadora do doleiro Alberto Youssef — e ela decidiu revelar tudo que
viu, ouviu e fez nos dois anos em que trabalhou para o doleiro.
“O Beto
era um banco de dinheiro ruim. As empreiteiras acertavam com os
políticos, e o Beto entrava para fazer o trabalho sujo. Ele passava o
tempo todo levando e trazendo dinheiro, sacando e depositando. Tinha a
rede de empresas de fachada para conseguir notas e contratos forjados”,
diz. Um dos botes mais ousados de Youssef, segundo ela, tinha como alvo
prefeituras comandadas pelo PT.
O doleiro
pagava propina de 10% para cada prefeito que topasse apostar em um fundo
de investimento criado por ele. “E era sempre nas prefeituras do PT.
Ele falava: ‘Onde tiver PT, a gente consegue colocar o fundo’”. André
Vargas era um parceiro fiel. O deputado estava empenhado em fazer com
que dois fundos de pensão de estatais, o Postalis (dos Correios) e a
Funcef (da Caixa Econômica Federal), injetassem R$ 50 milhões em um dos
projetos do doleiro.
Leiam a
reportagem. É de estarrecer. As empreiteiras que fizeram contratos com a
Petrobras não se saem bem na história. É um esquema de corrupção que
rivaliza com o do mensalão e que, muito provavelmente, o supera no valor
movimentado. Vejam qual é o “modus operandi” deles.