Na maior convenção partidária já realizada
na Bahia e num clima de muita festa, com a presença de mais de 10 mil
pessoas no Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador, foram
homologadas as candidaturas de Rui Costa a governador, de João Leão a
vice e de Otto Alencar a senador. A presença da presidenta Dilma
Rousseff e do ex-presidente Lula, pedindo votos para Rui, João Leão e
Otto Alencar, serviu para aumentar a animação das centenas de grupos
organizados que foram à convenção levando bandas de música, além de
muitas faixas, cartazes, bottons e adesivos com os nomes dos candidatos,
tanto da chapa majoritária como daqueles que pretendem se eleger para a
Câmara Federal ou Assembleia Legislativa.
A convenção reuniu, em um só espaço,
militantes, deputados, prefeitos e lideranças de vários partidos,
especialmente dos que integram a base aliada que está apoiando o nome de
Rui Costa ao governo. Nesta sexta-feira, dia 27, realizaram suas
convenções o PT, o PP, o PDT, PSD, PCdoB e o PTB, restando ainda o PR,
que ainda vai realizar a convenção, conforme exige a legislação
eleitoral.
Rui quer vitória no primeiro turno
Num discurso emocionado, o agora candidato
do PT ao governo, Rui Costa, voltou a declarar sua confiança em uma
vitória sobre os adversários ainda no primeiro turno das eleições de
outubro. Garantindo que os militantes foram participar da convenção sem
receber dinheiro e sim por amor, confiança e agradecimento aos
benefícios recebidos durante as administrações do ex-presidente Lula, da
presidente Dilma Rousseff e do governador Jaques Wagner, Rui lembrou
várias realizações do atual governo, como o Água para Todos, “que deu
acesso à água potável, de boa qualidade, a 4 milhões de baianos”, além
de cinco novas universidades federais na Bahia, a construção e
recuperação de 8 mil quilômetros de estradas e a entrega de 180 mil
residências próprias, até dezembro, pelo programa Minha Casa Minha Vida.
Ele aproveitou a ocasião para entregar à
presidente Dilma um exemplar do seu Programa de Governo Participativo,
informando que ali estava o resultado da participação de mais de 50 mil
pessoas de toda
as regiões da Bahia, com as ações que pretende implementar, de forma
prioritária, a partir de janeiro de 2015, quando assumir o governo
estadual.Num momento marcado pela emoção, ele chamou a esposa, Aline,
para ficar ao seu lado, junto com duas filhas e uma sobrinha, e, ao
encerrar seu pronunciamento, observou que quando sentar na cadeira de
governador será a primeira vez que tal lugar será ocupado por um filho
do bairro da Liberdade, região com predominância de baixa renda em
Salvador.
Lula: Orgulho de fazer política
Orador de maior apelo para as milhares de
pessoas que estavam no espaço, o ex-presidente Lula convocou a
militância de todos os partidos a sair às ruas durante esta campanha,
para fazer política. “Porque precisamos deixar claro que se pode fazer
política com moralidade, com seriedade. Hoje, no Brasil e em quase todo o
Mundo, vivemos um momento de descrédito na política, parece que todo
mundo é bandido. Temos que dizer que temos orgulho de fazer política,
porque negar a política é a pior coisa que pode acontecer a um País.
Porque a desgraça de quem não gosta de política, é ser governado por
quem gosta”, alertou Lula.
Depois de citar números positivos das
realizações do seu governo, de Dilma Rousseff e de Jaques Wagner, Lula
salientou que é preciso fazer comparações com os governos anteriores,
como forma de convencer as pessoas, “porque não temos o direito de
permitir que haja retrocessos”. E exemplificou: “ Nós nos acostumamos a
comer contrafilé e agora queremos passar a comer filé. Nós deixamos de
viajar de pau de arara e precisamos nos acostumar a viajar de avião”.
Num último alerta, o ex-presidente lembrou que é preciso politizar a
campanha e defender, “nas ruas e nos bares e em todos os locais, o
governo que mudou o Brasil e a Bahia”.
Dilma: adversários apelam para o ódio
A presidente Dilma Rousseff elogiou a
composição da chapa majoritária encabeçada pelo deputado federal Rui
Costa, citando as qualidades dos seus três integrantes e fazendo
referências positivas a cada um deles. “Precisamos fazer, nesta
campanha, o bom combate”, disse a presidente, para acrescentar: “E o bom
combate é ir às ruas para eleger Rui, este competente homem, que esteve
à frente das grandes obras realizadas na Bahia nos últimos anos, João
Leão, responsável por trazer de volta a Fiol (Ferrovia de Integração
Oeste-Leste) e Otto Alencar que, além de muito competente, é uma pessoa
especial. Esse trio tem todas as credenciais para garantir que as
conquistas de Wagner continuem e avancem na Bahia”.
Ao se referir ao atual momento político do
País, a presidente Dilma acusou seus adversários de estarem apelando
para o ódio e para os xingamentos, “numa política desqualificada”. E
alertou para o fato de que isto deve continuar, “porque quem não tem
argumentos, apela para as mentiras e para os xingamentos. Eles disseram
que não ia ter Copa, que os estádios não ficariam prontos, que o povo
não conseguiria chegar aos estádios e que os aeroportos iriam se
transformar num caos. E nada disso aconteceu, nada disso está
acontecendo. Eles subestimaram até o povo brasileiro, que está dando um
show de bola, dentro e fora dos estádios. Nós não temos que nos
envergonhar deste País, assim como não temos que nos envergonhar desses
últimos 11 anos. Porque fizemos muito em todo o Brasil e Wagner fez
muito aqui na Bahia”.
Wagner: convenção marca força da aliança
No seu pronunciamento, o governador Jaques
Wagner chamou a atenção para a dimensão do evento e disse que a
convenção marcou a força dos partidos que estão apoiando a chapa
majoritária encabeçada por Rui Costa e exortou a militância presente a
sair às ruas e usar as informações sobre as realizações dos governos
federal e estadual para defender os nomes dos seus candidatos. “Quem tem
argumentos, não precisa de xingamentos”, ensinou Jaques Wagner,
acrescentando que a Bahia e o Brasil precisam continuar mudando, “mas
olhando para a frente, não como um retorno ao passado”. O governador
ainda chamou a atenção dos participantes da convenção para um fato:
“Aqui, nós estamos num grupo que é a esperança de uma vida melhor para
os baianos, é portador de um futuro melhor. Porque nós fizemos muito, o
que Lula e Dilma fizeram em 12 anos pelo Brasil e o que fizemos aqui, em
8 anos, na Bahia, precisa ser destacado e lembrado por todos nesta
campanha”. E acrescentou que “quem não teve competência para fazer
quando estava no governo, não tem competência para fazer quando puder”.
Otto e Leão: transformações sociais na Bahia
O candidato a senador, Otto Alencar (PSD),
e o candidato a vice-governador, João Leão (PP), fizeram discursos
salientando as transformações sociais e econômicas sofridas pela Bahia e
pelo Brasil nas administrações de Lula, Dilma e Jaques Wagner. Leão
observou que existia uma Bahia antes de Wagner e outra, agora, depois de
Wagner e disse que a chapa majoritária encabeçada por Rui Costa irá
realizar o sonho do povo baiano, de ampliar e avançar com essas
conquistas. Otto Alencar falou da sua grande emoção ao participar de um
evento como aquele, “que é um marco da vitória nas eleições e que irá
ajudar a ampliar as transformações sociais e econômicas que vi acontecer
na minha Bahia a partir de 2003”. Como exemplos dos avanços sociais,
ele citou programas como o Bolsa Família, “que tirou milhões de baianos
da miséria”, e adiantou que, quando tomar posse no Senado Federal irá
ter como prioridades iniciais dois projetos: a reforma da Lei de
Responsabilidade Fiscal, especialmente o que se refere aos limites de
despesas com pessoal, e a reforma do Código Penal, para dar mais
agilidade e eficiência à Justiça”.
Everaldo destaca força da convenção
O presidente estadual do PT, Everaldo
Anunciação, na linha de frente das lideranças presentes à convenção
conjunta dos seis partidos da base aliada, destacou que esta foi a maior
convenção da história da Bahia “em termos de quantidade e qualidade das
lideranças do PT e partidos aliados da capital e interior”.
Entusiasmado com a força do evento e com a disposição das lideranças e
militantes presentes, Everaldo complementa afirmando que a convenção “é
uma fotografia do momento político, demonstrando claramente que seremos
vitoriosos”.