Entrincheirada
na oposição, a revista Veja vislumbrou, neste fim de semana, um flanco
que poderia levar o Partido dos Trabalhadores à derrota, em outubro de
2014. Mas a ameaça ao PT não vem da oposição, hoje capitaneada pelo
tucano Aécio Neves e pelo socialista Eduardo Campos. Vem de dentro. Em
sua capa, a revista aposta no racha entre Lula e Dilma e afirma que essa
é a maior ameaça à reeleição da presidente.
No
editorial, a revista da família Civita deixa claro que, se fosse
possível escolher, entre ele ou ela, fecharia claramente com Dilma. O
editorial 'As virtudes de Dilma' funciona como um contraponto ao que
seriam as supostas desvirtudes de Lula. 'Pelo que se conhece de sua
biografia, dos princípios e do temperamento da presidente Dilma
Rousseff, ninguém é capaz de convencê-la a traçar os maus caminhos (...)
Essa retidão deveria fortalecê-la nos embates atuais. Tristemente,
ocorre o contrário. Dilma tem sido alvo de tramas dos companheiros de
partido e dos aliados muito mais por suas virtudes do que por seus
defeitos'.
Os
elogios, no entanto, não significam que Veja tenha fechado uma posição
favorável a Dilma. Na reportagem de Daniel Pereira e Adriano Ceolin, ela
e Lula são apresentados como 'as duas faces de um mesmo problema', ou
seja, o PT. Segundo o texto, Dilma estaria sob fogo amigo coordenado por
deputados saudosos de Lula, num movimento que incluiria também o
ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. Este embate, segundo a
revista, estaria sendo travado entre o que a revista chama de 'banda
podre' do partido e sua 'banda republicana'.